Entidades e representantes do movimento negro realizaram um protesto, na manhã da sexta-feira (5), em frente à Fundação Cultural Palmares (FCP), em Brasília contra o presidente do órgão, Sérgio Camargo, que ofendeu e xingou lideranças do movimento.
O presidente da FCP chamou o movimento negro de “escória maldita” e disse que Zumbi dos Palmares era um “filho da puta que escravizava pretos”.
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Uma gravação com os ataques e impropérios, numa reunião no dia 30 de abril, foi divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na última terça-feira (2).
A líder religiosa Mãe baiana de Oyá – xingada por Camargo de “filha da puta”, “macumbeira” e “miserável” – esteve presente no ato e disse que a ação é pacífica.
“Esse ato é pacífico porque nós somos um povo de paz. É importante para dizer para quem falou, que nós não somos vagabundos”, disse.
“Somos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, são entidades negras que estão aqui, vidas negras importam.”
O ato ocorreu em frente ao prédio da Fundação Palmares, no Setor Comercial Sul. Manifestantes cantaram, jogaram capoeira e gritaram palavras de ordem pela saída de Camargo.
A manifestação começou por volta das 10h e terminou às 12h15.
No final do ato, manifestantes fizeram um minuto de silêncio e soltaram 200 balões em memória de pessoas negras mortas e também em homenagem aos brasileiros que são vítimas da Covid-19.
De acordo com os organizadores, a cor branca representava a paz e também fazia referência às religiões de matrizes africanas.
O grupo também levantou cartazes em referência à vereadora assassinada Marielle Franco e ao menino Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu ao cair de um prédio de luxo no Recife, abandonado no elevador do prédio pela patroa, branca, que cuidava do menino enquanto a mãe teve que ir passear com os cachorros da sinhá.
“Sérgio Camargo é hostil aos negros, ao movimento negro, ao 13 de Maio, ao Dia da Consciência Negra e à cultura negra. A tudo o que diz respeito à nossa história e a nossa luta. Enfim, ele é hostil ao Brasil”, afirmou, em nota, o presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), Alfredo Oliveira.
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