“Aqui não é direita nem esquerda, é fora Bolsonaro”. A palavra de ordem foi a tônica do ato que reuniu manifestantes na Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, contra o presidente Jair Bolsonaro.
A manifestação, organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo movimento Vem Pra Rua, uniu no mesmo palanque lideranças com diferentes visões políticas, como movimentos que apoiaram Bolsonaro nas eleições e se arrependeram, ou que defendem “nem Lula, nem Bolsonaro”, e partidos como o PCdoB, PSB, PDT e Cidadania, organizações sociais, estudantis e sindicais, em nome da luta maior em defesa da democracia, do país e o combate ao governo Bolsonaro.
“O foco é uma terceira via. Aqui é realmente pela democracia, não como foi em 7 de setembro, que teve um discurso de uma falsa democracia”, afirmou o jornalista Rodrigo Chame, do movimento Vem pra Rua.
Rodrigo Chame, como muitos presentes na manifestação, é um dos que votou em Bolsonaro e se diz arrependido.
“Hoje é um dia especial entre todas as manifestações que fizemos, porque é a materialização da Frente Ampla contra Bolsonaro. Estamos aqui, direita, esquerda, centro, unidos por um bem comum, que é derrubar Bolsonaro. Derrubar o presidente que tem nas costas mais de 580 mil mortes, o preço da gasolina a 7 reais, o preço do feijão nas alturas. Estamos aqui para pressionar a Câmara e o Senado pelo impeachment. Porque Bolsonaro tem que cair esse ano”, discursou o diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes) e membro da coordenação nacional da Juventude Pátria Livre, Maicon Maciel.
Para João Amoedo, do Novo, que também falou no ato, “o Fora Bolsonaro é a prioridade, o foco. Antes de pensar em terceira via na disputa de 2022, ele tem que ser colocado para fora pelo impeachment”, disse.
“Acredito que neste momento tão delicado que vivemos, com um agente do caos na presidência, é imprescindível que nos unamos para tirar Bolsonaro do poder. É por isso que lutamos hoje. Impeachment Já!”, disse o deputado federal Chico D’Angelo, que falou pelo PDT.
Para o aposentado Vilmar Torres, presente na manifestação, Bolsonaro é o responsável pela alta dos preços. “Hoje temos uma inflação real que está matando as pessoas de fome. Sou contra o Bolsonaro e contra o Lula também. Eu votaria em Ciro”, disse.
Também falaram no ato representantes de entidades e partidos como o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Paulo Farias; o deputado estadual João Paulo, pelo Cidadania; Carlos Lima, pelo PCdoB; Conceição Cassano, da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), e Rafaela Lima, da União Brasileira de Mulheres (UBM).