Há seis anos, o País tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais. No fim do ano passado, 348,1 mil, estima a CNC
Entre 2015 e 2020, 36,6 mil fábricas encerraram suas atividades no Brasil, apontam dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados neste domingo (17).
Com a recessão econômica, iniciada em meados de 2014 no governo Dilma, entre 2015-2016, passando por três anos de estagnação (2017 a 2019), com Temer e Bolsonaro, e a economia em recessão em 2020, cerca de 17 estabelecimentos industriais foram exterminados por dia. Só no ano passado foram fechados 5,5 mil estabelecimentos industriais.
Na semana passada, a Ford anunciou o encerramento da sua produção no Brasil, antes da montadora norte-americana, Mercedes-Benz, Sony, Mitutoyo e o grupo farmacêutico suíço Roche, também comunicaram o fechamento de suas fábricas em solo brasileiro.
O levantamento da CNC foi feito a partir de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), atualmente sob responsabilidade do Ministério da Economia, e números do Sistema de Contas Nacionais do IBGE. Segundo o Estadão, que divulgou o estudo, apenas os dados referentes a 2020 são uma projeção, feita com base em estimativas para o PIB da indústria de transformação e a produtividade do setor.
Há seis anos, o País tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais. Mas, no fim do ano passado, a estimativa era de que o número caiu para 348,1 mil.
Responsável pelo estudo, o economista Fábio Bentes, da Divisão Econômica da CNC, afirma que “o processo de desindustrialização coincide com o início do Plano Real – quando o câmbio apreciado tornou os produtos brasileiros mais caros lá fora e os importados ficaram mais baratos no País”.
Segundo Bentes, a fatia da indústria da transformação no Produto Interno Bruto brasileiro cairá a 11,2% em 2020. Será o patamar mais baixo da série histórica iniciada em 1946. O economista alerta que “não se pode descartar que haja uma redução ainda mais forte no número de indústrias este ano”.