Mulheres que sofreram assédio e ameaças de Pedro Guimarães, o comparsa de Bolsonaro na Caixa, levantaram faixas de protesto contra a afronta. Protegido do “mito” queria fazer orgias nas dependências do banco
Não foi à toa que Jair Bolsonaro foi vaiado e hostilizado na solenidade realizada na Caixa Econômica Federal nesta terça-feira (10). Ele usou o evento para fazer demagogia, dizendo que estava ali para defender Deus, a moral e a família. Mulheres, funcionárias da Caixa, foram assediadas e ameaçadas pelo tarado Pedro Guimarães, indicado por ele para a presidência do banco e um de seus comparsas mais íntimos.
O cinismo de Bolsonaro ficou patente já que ele fala em defesa da moral, de Deus e dos bons costumes, mas foi um dos grandes entusiastas de Guimarães, o maníaco que tentou constranger mulheres para promover verdadeiras surubas no interior da Caixa Econômica Federal e nos quartos de hotéis, quando em viagens a trabalho. E quem não se submetesse aos caprichos sexuais do pervertido e protegido de Bolsonaro era ameaçada de perder o emprego ou sofrer outras tipos de punição.
“As nossas escolhas decidem o nosso futuro”, afirmou Bolsonaro, provocando mais protestos entre as mulheres presentes ao evento. Afinal, foi ele que escolheu o tarado Guimarães para assediar e ameaçar as servidoras que foram suas vitimas na Caixa. “Meu governo é focado na “defesa da família, do cidadão e de Deus”, prosseguiu. É muito cinismo, disseram várias das servidoras presentes, já que Guimarães afrontava as mulheres, as suas famílias e as suas crenças. Ele desrespeitava qualquer moral para atender à sua tara, e Bolsonaro vivia enchendo a bola dele. “Este é o meu garoto, o meu melhor auxiliar”, dizia.
Alguns depoimentos de vítimas da “moral bolsonarista” que reinava na Caixa são estarrecedores e mostram o terror que foi implantado pelo bolsonarismo dentro do banco. “É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”; “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele”; “Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”; e “Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava”, disse uma servidora que denunciou o tarado.
“Ele me chamou para ir para sauna com ele. Perguntou: ‘Você gosta de sauna?’. Eu disse: ‘Presidente, eu não gosto’. Se eu tivesse respondido que gosto, ele daria prosseguimento à conversa. De que forma eu falo não? Então, eu tenho que falar que não gosto. É humilhante. Ele constrange”, acrescentou outra testemunha. Uma outra servidora também relata que recebeu um convite para nadar. Ela afirma que o convite foi estranho e que entendeu que havia uma conotação sexual. Durante as viagens, Pedro Guimarães também a teria tocado de forma inapropriada: “Eu falei que não ia”; “Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, denunciou.
Era este doente mental, pervertido e reacionário que era considerado um dos membros mais exitosos do governo por Bolsonaro e por sua mulher, a primeira-dama. Bolsonaro dizia que Guimarães era um de seus melhores auxiliares e Michelle se reunia com o tarado quase diariamente para planejar desvios de recursos em favor de parentes na obtenção de créditos a juros baixos, no que ficou conhecido como o “balcão da Michelle.” Era tudo uma grande festa.
Cinicamente, o programa que Bolsonaro foi lançar, no dia em que houve o protesto das mulheres, chama-se “Caixa pra elas”, uma tentativa de abafar o criminoso escândalo sexual de seu comparsa. Não fosse a denúncia das vítimas sobre os ataques do tarado, e ele até hoje estaria passeando de lancha com o chefe ou participando quase toda semana das lives onde Bolsonaro ataca as autoridades, a oposição, a imprensa, o Congresso e vive ameaçando movimentar suas milícias para tumultuar as eleições.
As faixas com a inscrição “Fora Bolsonaro!” foram abertas diante da comitiva que, além do “mito”, era formada também pelo candidato ao governo de São Paulo – apesar de morar no Rio – Tarcísio de Freitas, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, um contrabandista declarado de madeira, além dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações). Dois dos seus filhos, o senador Flavio e o deputado Eduardo Bolsonaro, também acompanharam a cerimônia da Caixa.
Que moral é essa que Bolsonaro diz defender? A sua, corrupta, violenta e miliciana? A de Pedro Guimarães e suas taras e orgias? A dos pastores propineiros que roubavam até nas bíblias e não saíam do Palácio? Ou a do filho, o rei da rachadinha? Como encher a boca para falar de Deus, de moral e da família e ao mesmo tempo prestigiar e estimular excrescências como o ex-presidente da Caixa, afastado depois dos protestos e das denúncias das mulheres?
Não tendo o que dizer sobre tudo isso, Bolsonaro só fez jogo de cena, deu beijinho na mulher e atacou a oposição. Ao lado de Michelle Bolsonaro, ele criticou a atuação do Ministério dos Direitos Humanos em gestões anteriores e o programa Humaniza Redes.
Michelle Bolsonaro, grande admiradora do tarado Pedro Guimarães, e o deputado federal Pastor Marco Feliciano (Republicanos -SP) compartilharam em uma rede social uma publicação que associa religiões de matrizes afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, às “trevas”. O vídeo mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um ritual, realizado no ano passado, em Salvador. “Isso pode, né? Eu falar de Deus, não”, escreveu a mulher do presidente. A publicação gerou revolta e protestos pelo preconceito religioso.
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Toda esta baixaria, que os bandidos perpetraram em nossa nação, fica impune!?