A homérica vaia a Netanyahu foi o grande destaque da manifestação em Israel neste sábado (11) em comemoração à iminente volta dos reféns.
A vaia ecoou pelos quatro cantos da Praça dos Reféns (como foi denominada pelos parentes e amigos dos israelenses detidos pelo Hamas e que centralizou as manifestações contra a ditadura genocida) assim que o enviado especial de Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, mencionou o premiê genocida. Havia 400 mil pessoas na praça, segundo os organizadores.
Diante da persistência da vaia, Witkoff deu um sorrisinho amarelo, acrescentando “deixem-me concluir meu pensamento”. “Eu estava nas trincheiras”, ele apelou, repetindo “deixem-me concluir meu pensamento” e insistindo no “papel do primeiro-ministro”. Mais vaias.
Veja no vídeo:
Não são as primeiras vaias a Netanyahu nas ruas de Israel. Durante oito meses, após o rompimento unilateral por ele em março da trégua que já havia permitido a troca de dezenas de reféns por centenas de presos políticos palestinos em cativeiro em Israel, familiares e manifestantes israelenses vinham denunciando que o primeiro-ministro se negava a qualquer acordo de cessar-fogo fundamentalmente para se manter no poder e escapar da prisão por corrupção.
Netanyahu também é considerado responsável, por falhas na segurança ou erro de cálculo, pelo alcance da ação do Hamas, organização da qual seguidamente, no Knesset, os deputados de sua bancada se gabavam de ser um “ativo” de Israel por, na concepção deles, atrapalhar a consecução consensual do Estado Palestino.
Durante a ofensiva da “solução final” de Netanyahu para destruir a Cidade de Gaza, vídeos com os reféns, divulgados pelo Hamas, advertiram que a própria sobrevivência deles estava sendo posta em enorme risco sob os bombardeios e o primeiro-ministro tentou levar até o final seu projeto, em meio a denúncias sobre risco de nova leva da “diretriz Hannibal” (Quando um exército dá ordens de atirar em seus próprios soldados e civis para evitar a captura de prisioneiros pelo adversário).
Em uma prévia da campanha de Nobel da Paz-2026 do injustiçado amigo Trump, Witkoff disse ter “sonhado com esta noite”, depois de uma “longa jornada” e, exultou-se de que “milagres podem acontecer” quando a “coragem” se une “à convicção”.
Israel perpetrou uma carnificina que chegou a tirar a vida de perto de 68 mil palestinos, destruiu ou danificou mais de 90% dos prédios escolares, de saúde e civis e deixou perto de 168 mil feridos.
Para deixar claro ao mundo sua sanha assassina as tropas de Netanyahu seguiram sua agressiva barbárie até os instantes finais antes do cessar-fogo.
E, segundo denúncias divulgadas por Al Jazeera e Middle East Eye, fizeram razias nas residências dos palestinos programados para serem liberados e ainda os maltrataram dentro da prisão horas antes da liberação dos 250 palestinos mantidos em prisão por participarem ativamente da Resistência.