A Justiça peruana ordenou a prisão preventiva por 10 dias de Keiko Fujimori, do partido Força Popular, por não ter respondido às citações judiciais no bojo de uma investigação por lavagem de dinheiro.
Uma semana depois da Justiça anular o indulto de seu pai, o corrupto ditador Alberto Fujimori, a ordem de prisão contra a líder do FP inclui outras 19 pessoas, entre elas os ex-ministros Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, investigados por receberem fundos da Odebrecht para a campanha presidencial de Keiko em 2011.
Em maio de 2017, Marcelo Odebrecht confirmou ter feito contribuições a Keiko Fujimori e ao Partido Aprista Peruano para a campanha. Segundo reportagem do jornalista Gustavo Gorriti publicado no portal IDL-Reporteros, a declaração foi feita durante um interrogatório de duas horas na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Keiko foi detida ao comparecer na sede da Procuradoria após ser chamada para dar declarações pelas contribuições recebidas por seu partido para as eleições vencidas por seu adversário Ollanta Humala, também apontado por corrupção e que se encontra fora do país.
O procurador responsável por casos de lavagem de dinheiro, José Domingo Pérez, atribuiu a Keiko o comando de uma “organização criminosa” dentro do seu partido, que domina o Congresso peruano. A quadrilha seria especializada na receptação de valores ilícitos.
O pedido de prisão baseou-se em uma nova informação recebida pela Procuradoria peruana da instituição correlata brasileira, que provaria que o partido de Keiko recebeu contribuições de 1,2 milhão de dólares para a sua campanha de 2011.