O privatista Rubem Novaes, mais um remanescente da falida escola de Chicago – de onde saíram os pinochetistas que arrasaram o Chile -, foi nomeado pelo “amigo” Paulo Guedes, com aval do ex-capitão, para a presidência do Banco do Brasil. Como colega de Guedes, ele não podia deixar de ser também um picareta. Pesou neste caso a sua grande experiência. Ele foi denunciado em 2000 por repassar informações ao mercado financeiro no caso Marka-FonteCindam.
Já vinha de olho nas empresas públicas e dava palpites sobre as privatizações no programa de Bolsonaro. Em suas primeiras declarações, não deixa dúvidas de que sua missão é sabotar e vender o Banco do Brasil. “Vamos deixar a instituição mais enxuta”, disse o economista, já sinalizando que haverá mais cortes e demissões no banco. E acrescentou: “braços da instituição financeira poderão ser privatizados”. “E não é uma privatização convencional”, explicou. “Aquela fase de privatização em que você direcionava a venda para determinados compradores está ultrapassada. A ideia é muito mais usar o mercado de capitais nas operações de privatizações”, prosseguiu.
Um outro fator que agradou Bolsonaro e Guedes é que Novaes é da Fundação Getúlio Vargas, um centro de entreguistas, e autor do livro “Investimentos Estrangeiros no Brasil: uma Análise Econômica”. Um manual de como melhor vender o Brasil. Ele é também um apologista das velhas ideais das “vantagens comparativas”, teoria de Eugênio Gudin, já enterrada, de que países atrasados devem se manter produzindo bens primários. Para essa gente, o Brasil jamais deveria ter se industrializado. (Palestra no Instituto Liberal do RJ: “Zonas de Comércio, Zonas Monetárias e o caso da Grécia: lições da teoria econômica” Rubens Novaes. 27/11/2015).
Sua prioridade será, em suas palavras, “reduzir a presença do Estado no Banco”. Ou seja, reduzir o controle do país sobre as atividades do banco. O dono, que é o povo brasileiro, sai e no seu lugar entram os ratos do mercado financeiro se apoderando de tudo. Segundo ele a ordem de Guedes é vender o que for possível. Esse é o plano. Mas, o economista acalmou o país. Ele não vai fazer nada de uma vez. Será “tudo feito por partes”. “Não necessariamente serão privatizações totais. Primeiro IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e, numa segunda etapa, partir para privatização”, disse ele, ao deixar o CCBB, em Brasília, onde a equipe de transição está se reunindo.
Mas, não é só o entreguismo de Novaes que agradou o governo. Como vimos, já desde o escândalo Marka FonteCindam, Rubem Novaes é também um especialista em negociatas. Em 2000 ele foi indiciado pela Polícia Federal por tráfico de influência nas investigações do caso Marka. Ele estava presente num voo que foi a Brasília negociar um socorro ilegal em favor do Banco Marka. No voo, além dele e de Luiz Bragança (irmão de Sérgio Bragança, sócio da Macrométrica), estava também Salvatore Cacciola, que acabou preso.
Na época Novaes afirmou que não cometeu crime. Ele argumentou que, na ocasião da mudança cambial, só viajou com o banqueiro Salvatore Cacciola a Brasília para pedir ajuda para o Marka porque era amigo do banqueiro “há mais de 30 anos”. O caso Marka-FonteCindam começou com a desvalorização do real em 1999, quando os dois bancos perderam dinheiro ao apostar na manutenção do câmbio. O BC foi acusado de desviar dinheiro público ao ajudar as instituições, vendendo dólar a preços mais baixos que os vigentes. Novaes foi acusado de participar do esquema, de repassar informações sigilosas e ganhar com a desvalorização do real.
Antes da viagem a Brasília, Novaes trabalhou como diretor do Marka no início da década de 90. O consultor voltou a prestar serviços remunerados ao Marka depois da moratória da Rússia, em 1998, ocasião em que teria apresentado Bragança a Cacciola. Rubens Novaes foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Congresso Nacional e de investigações da Procuradoria da República no Rio de Janeiro por seu papel no escândalo.
Em junho de 2000, Novaes foi denunciado pela Procuradoria do Rio, ao lado de Cacciola e outros personagens do escândalo. A denúncia foi acolhida e Novaes se tornou réu sob acusação de desvio de dinheiro público, peculato e corrupção. Foi inocentado em 2005 pela Justiça Federal no Rio por insuficiência de provas. O MPF não recorreu da decisão. A decisão foi tomada pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª vara Federal Criminal. Ela condenou oito acusados, entre eles Cacciola e Lopes. O caso do Marka acabou sendo declarado prescrito em 2005.
A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é 8,75% ao ano, quando recursos originarem de recursos controlados, por isso que só os bancos públicos financiam o agronegócio. Agora vai alguém falar em subsídios à indústria nacional, para ver o que acontece!
O BB é o principal executor da política oficial de crédito rural e operacionaliza o Fundo Constitucional do Centro-Oeste, além de várias outras funções que só ele realiza por ser parceiro estratégico do Governo Federal, por exemplo: Execução e administração dos serviços da câmara de compensação de cheques e outros papéis, operacionalização dos fundos setoriais, arrecadação dos tributos e rendas federais etc.
Tempos difíceis. Só notícias desagradáveis nos jornais. O HP me impede de ter um surto com a seção de cultura e as matérias especiais. Obrigado por manter minha saúde mental, HP!