María Alejandra Vicuña, da coalização governista Aliança Pais, foi eleita nova vice-presidente do Equador pela Assembleia Nacional, no sábado (06/01). Ela foi empossada no cargo após ser escolhida entre três nomes que o presidente Lenín Moreno apresentou ao Legislativo.
A eleição da nova vice aconteceu após Jorge Glas, que exercia o cargo, ter sido destituído na vacância de 90 dias (período em que se encontra preso). Maria Alejandra já ocupava o posto temporariamente desde outubro de 2017, quando se deu o afastamento do ex-vice-presidente.
Jorge Glas foi condenado a seis anos de prisão por ter recebido suborno de cerca de US$ 16 milhões da Odebrecht para facilitar obras e ganho de licitações coordenadas pelo governo do Equador.
María Alejandra Vicuña propôs diálogo e unidade, expressando que “não trairemos a confiança que o povo depositou mediante o instrumento mais poderoso que o cidadão possui: o respaldo nas urnas a um projeto político”, disse, durante sua posse na Assembleia Nacional.
A nova vice-presidente foi duas vezes deputada pela província de Guayas, entre 2009 e 2013, e 2013 e 2017. Também trabalhou no Ministério do Turismo do Equador entre 1997 e 2000.
Jorge Glas é o funcionário equatoriano de mais alta patente investigado no escândalo multinacional perpetrado pela construtora Odebrecht.
A rede de corrupção liderada pela Odebrecht envolveu funcionários de ao menos sete instituições no país, entre elas quatro empresas públicas, assinalou reportagem do jornal Expreso, de Quito.
Os detalhes constam da acusação da Promotoria que também investiga Ricardo Rivera, tio de Jorge Glas e outras 16 pessoas.
Na lista de empresas, ocupa o primeiro lugar a Refinaria do Pacífico com dois projetos impulsionados pelo governo do ex-presidente Rafael Correa, que se adjudicaram à Odebrecht. Estes são a terraplenagem e o aqueduto La Esperanza. A essas empresas se soma a Corporação Elétrica do Equador (Celec EP) com o projeto hidrelétrico Manduriacu. Também se menciona a Secretaria Nacional de Água (Senagua) com o projeto de irrigação Trasvase Daule-Vinces.
Finalmente vem a Empresa Pública Hidrocarburos EP Petroecuador, com a construção do poliduto Pascuales.
A Promotoria se refere ainda ao Ministério Coordenador de Setores Estratégicos, à vice-presidência (ambas as entidades lideradas no momento da assinatura dos contratos por Jorge Glas) e à Auditoria Geral dirigida pelo ex-promotor fiscal, Carlos Pólit, prófugo em Miami e investigado por associação ilícita e concussão.