O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, está impedido de disputar as eleições presidenciais após derrota no referendo sobre reeleição, realizado no domingo. O movimento foi articulado pelo atual presidente, e ex-aliado, Lenín Moreno. O resultado foi obtido com apoio da oposição ao governo. A partir de agora, presidentes só podem exercer o cargo por dois mandatos.
O fim da reeleição continuada era a pergunta de número dois e indagava se os eleitores concordavam ou não com o fim da reeleição sob a alegação de garantia “do principio de alternabilidade”, com o “Sim” alcançando 64,24% dos votos, contra 35,76% do “Não”. Até ali, a Constituição de 2015 permitia a reeleição indefinida, sobrepondo a reeleição à alternabilidade por considera-la uma garantia do direito do povo em decidir sobre seu candidato nas eleições.
Correa, que disputou e venceu três eleições para presidente, nos anos de 2006, com 56,67% dos votos, em 2009, com 51,99%, e em 2013, com 57,17%, teve queda drástica de sua influencia popular, o que se verificou na negativa a seu pleito de poder disputar novamente a Presidência.
Contribuiu para esse resultado, a prisão, e condenação a seis anos de Jorge Glas, por receber propina (US$ 16 milhões só da Odebrecht). Ele foi o braço direito de Correa durante seu governo, e por esse motivo, se elegeu vice-presidente de Moreno, que também foi vice do governo Correa, que reside atualmente na Bélgica. Ele saiu do país dois meses após deixar o governo, retornando pouco antes do referendo.
Com 73,91% dos votos, foi aprovada a primeira pergunta que determina o impedimento político dos corruptos. O “Sim” foi vitorioso, seja na questão que tratava da reestruturação do Conselho de Participação Cidadã (63,16%), da proibição da prescrição de delitos sexuais contra crianças e adolescentes (73,72%), ou da proibição da mineração metálica em áreas protegidas e centro urbanos (68,79%). A consulta popular, por sua vez, abordou a revogação da lei contra a especulação imobiliária (63,2%) e a redução da área de exploração petroleira no Parque Nacional Yasuní (67,45%).