Grupo sem nenhuma experiência em saneamento adquiriu a SABESP, maior empresa de saneamento da América Latina e terceira maior do mundo
A Equatorial Energia anunciou na terça-feira ( 9) que vendeu 124 km de linhas de transmissão e subestações no Pará, por R$ 1,19 bilhão, ao fundo de pensão canadense CDPQ.
Em novembro do ano passado, a Equatorial Energia já havia vendido a Integração Transmissora de Energia (Intesa), com cerca de 695 quilômetros de linhas de transmissão nos estados de Tocantins e Goiás, também para a Infraestrutura e Energia Brasil, empresa controlada pelo CDPQ, pela soma de R$ 714 milhões.
A Energia Brasil é controladora da empresa Verene, com foco em transmissão. Além da Intesa, o fundo de pensão canadense CDPQ tem linhas de transmissão nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais.
A Equatorial Energia, que tem com acionistas Opportunity, Atmos, Blackrock, entre outros fundos especulativos, adquiriu a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a maior empresa de saneamento do Brasil, a maior da América Latina e a terceira maior do mundo, no leilão de privatização do governador de São Paulo, Tarciso de Freitas.
Sem nenhuma experiência no setor de saneamento, a Equatorial Energia é alvo de vários processos por deixar comunidades no apagão. É considerada a pior distribuidora de energia do Brasil, segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que considerou os números de duração e frequência de interrupção no fornecimento de energia.
Em janeiro deste ano, a CEEE Equatorial deixou mais de 206 mil clientes no Rio Grande do Sul por dias sem eletricidade. E agora, no início deste mês, uma subestação de energia elétrica da concessionária Equatorial em Goiás explodiu, gerando tensão e medo entre os moradores de Carajás.
No Pará, a distribuidora controlada pela Equatorial tem a tarifa de energia residencial mais cara do país: R$ 0,962/kWh. A Equatorial Alagoas (R$ 0,866/kWh) e a Equatorial Piauí (R$ 0,854/kWh) aparecem em quinto e sexto lugar, respectivamente, no ranking das tarifas de energia mais caras do Brasil em 2023, que avalia 50 distribuidoras.
EQUATORIAL: TARIFA MAIS CARA DO BRASI
1. Equatorial Pará: R$ 0,962/kWh
2. Enel RJ: R$ 0,888/kWh
3. Energisa MT: R$ 0,883/kWh
4. Energisa MS: R$ 0,880/kWh
5. Equatorial Alagoas: R$ 0,866/kWh
6. Equatorial Piauí: R$ 0,854/kWh
7. Amazonas Energia: R$0,835/kWh
8. Energisa AC: R$ 0,828/kWh
9. Light: R$ 0,811/kWh
10. Neoenergia Coelba: R$ 0,808/kWh
Com tarifas abusivas e apagões, a Equatorial Energia obteve lucro líquido R$ 579,4 milhões no primeiro trimestre de 2024, um salto de 101,3% em relação ao mesmo período do ano passado.