Indicado por Bolsonaro para equipe de transição e vice-presidente nacional do PSL, Gulliem Charles Bezerra Lemos, conhecido como Julian Lemos, já foi condenado por estelionato e foi alvo três vezes da Lei Maria da Penha.
Julian, que foi o coordenador da campanha de Jair Bolsonaro no Nordeste, é presidente do PSL na Paraíba e foi eleito deputado federal pelo estado.
Em 2004, Lemos utilizou uma certidão falsa de uma empresa que era sócio para conseguir um contrato de prestação de serviços junto ao governo da Paraíba. Foi condenado em primeira instância em 2011, mas a demora para o julgamento em segunda instância fez com que o crime prescrevesse.
Quanto às agressões, as acusações aconteceram entre 2013 e 2016 pela ex-esposa, Ravena Coura, e pela irmã de Julian, Kamila. Na primeira queixa apresentada por Ravena, de 2013, Lemos chegou a ser preso em flagrante por agressão física e ameaça com arma de fogo. Em 2016, a ex-esposa voltou a acusar o então marido de ser “uma pessoa muito violenta” e de tê-la ameaçado: “Vou acabar com você, de hoje você não passa”.
Ravena disse ao juiz, durante audiência, que havia perdoado Julian e manifestou desejo de desistir da acusação. Os dois inquéritos foram arquivados.
A irmã do deputado federal, Kamila, afirmou em depoimento ter sido agredida com “murros” e “empurrões” e arrastada pelo pescoço após ter tentado separar uma briga entre ele e sua ex-esposa. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou escoriações no pescoço, ombro e braço. O processo ainda está em curso.
Segundo o general Mourão, vice-presidente eleito, Julian não fará parte do próximo governo, apesar de ter sido indicado para compor a equipe de transição.