Parlamentar passou mal após fazer discurso na Câmara. Ela é relatora de projeto que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura civil-militar — 1964-1985
A deputada federal Luiza Erundina (Psol) teve alta do hospital Sírio Libanês, no Distrito Federal, no começo da tarde deste sábado (8). Ela já está no hotel onde fica hospedada, informou a assessoria da parlamentar.
Na sexta-feira (7), a deputada federal Luiza Erundina (PSol-SP), de 89 anos, deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e foi transferida para o quarto do Hospital Sírio Libanês.
Erundina passou mal na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (5), e foi internada no hospital na capital federal.
Ela participava da sessão que analisava projeto que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura que governou o País de 1964 a 1985.
A parlamentar fez discurso de 6 minutos em favor da matéria, à qual é relatora, durante reunião na Comissão de Direitos Humanos da Casa, antes de passar mal e ser retirada do local.
A deputada está no exercício do 7º mandato de deputada federal, com atuação marcada pela luta pela verdade sobre a ditadura, pelos direitos humanos e pelo direito à comunicação.
VISITA DO PRESIDENTE
Após retornar ao quarto comum, a deputada recebeu a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nas redes digitais, Lula postou foto, em dá um beijo na testa de Erundina, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“O retorno do respeito à democracia e de um ambiente civilizado na política é fundamental para combatermos juntos o discurso e práticas de ódio de poucos”, escreveu o presidente nas redes digitais.
QUEM É LUIZA ERUNDINA
Segundo informações do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a deputada está no exercício do 7º mandato, paraibana, assistente social. Destaca-se como debatedora.
Na trajetória na vida pública, antes de ela ingressar no Parlamento federal, foi secretária de Educação de Campina Grande (PB), única função pública que assumiu na cidade natal. Em São Paulo, foi vereadora, deputada estadual e prefeita da capital. Exerceu também o cargo de ministra da Administração Federal no governo Itamar Franco.
Na atuação político-parlamentar, na atual legislatura, é 3ª vice-presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. Exerceu o cargo de 3ª suplente da Mesa Diretora da Câmara, de vice-líder e de líder de partido. Foi a primeira presidente da Comissão de Legislação Participativa. Coordenou a Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular e a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular.
Ela é mestre em Ciências Sociais com diversas especializações na área, é uma das principais lideranças femininas no Congresso Nacional. É também a grande referência do Legislativo federal em matéria de participação popular, democracia direta e de controle social. Vinculada às lutas democráticas, é parlamentar de visão nacional. Prioriza a defesa da ética na política, os direitos humanos e a democratização dos meios de comunicação.
ATUAÇÃO VIGOROSA NA CÂMARA
É autora, entre outras matérias, da Emenda Constitucional 90/15, que introduz o transporte como direito social na Constituição Federal.
Foi relatora na Câmara dos Deputados do PL 3.932/20, transformado na Lei 1.4151/21, que dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho presencial durante o estado de calamidade pública do Coronavírus reconhecido pelo Decreto Legislativo 6, de 20 de março de 2020.