Renato Casagrande, candidato ao governo do Espírito Santo pelo PSB, afirmou que os incentivos fiscais às grandes empresas no estado “estão com os dias contados”. “Precisamos buscar outras fontes de receitas, diversificar a economia”, disse depois da sabatina promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos no Espírito Santo (SindiPúblicos-ES), na última quinta-feira (12).
A política de incentivos fiscais do atual governador Paulo Hartung (PMDB) é motivo de críticas, exatamente por favorecer o empresariado, e pela falta de transparência. Ela é mantida em uma espécie de caixa-preta que ninguém tem acesso e ao mesmo tempo custam ao Espírito Santo cerca de R$ 1 bilhão ao ano, desde o primeiro mandato de Hartung, estima-se quase 20 bilhões de renúncias de receitas.
Sobre segurança, Casagrande se comprometeu com a retomada do controle da segurança pública do estado. “Eu vou retomar o controle da segurança. Segurança é uma área muito importante para nós e é transversal do governo. Não pode colocar na responsabilidade do policial ou da secretaria de segurança. Todo enfrentamento ao crime. O governador tem que comandar, como eu comandei a área de segurança pública.”
O candidato afirmou que o controle tem que ser feito de perto. “A secretaria de saúde, educação, esporte, cultura, desenvolvimento urbano, tudo tem a ver com segurança pública, porque o estado tem que estar presente nas comunidades e nós vamos ter uma metodologia de trabalho que integrará a ação da polícia civil e da polícia militar para que a gente tenha presença de polícia e motivação dos policiais nessa. E a presença nos locais mais vulneráveis”, completou. Ele se comprometeu com a volta do Batalhão de Missões Especiais (BME) e da Ronda Tática Ostensiva Motorizada (Rotam), extintos em 2017 pelo governo de Hartung.
Em 2017 iniciou a crise da segurança pública no Espírito Santo. Sem condições de trabalhar, sem munição, sem equipamentos, com uma escalada da violência nas ruas e os salários defasados, em quatro de fevereiro inicia a paralisação da Polícia Militar, que reivindicava a correção dos salários pela inflação do período junto com o retroativo referente à ausência dessa correção desde 2010. Manifestações ocorreram em toda a Região Metropolitana de Vitória. Mulheres e familiares ocuparam os quartéis em defesa do movimento dos policiais.