
Filho do presidente da República, além de cinco colegas de Congresso, recebem cota extra de R$ 1.747, que chega até R$ 6 mil
Seis deputados federais recebem auxílio-moradia “turbinado” dos cofres da Câmara dos Deputados. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente da República, além de cinco colegas de Congresso, recebem cota extra de R$ 1.747, e assim o auxílio chega a R$ 6 mil.
O clã Bolsonaro faz tudo ao contrário do que pregavam. São imoralíssimos.
Impressionante como esses deputados têm a capacidade de se sabotarem com esses “pequenos” desvios morais no exercício do mandato parlamentar. Além de falta de visão política, configura insensibilidade social, já que milhões de brasileiros não têm casa própria e têm muitas dificuldades de pagar aluguel, num dos metros quadrados mais caros do Brasil.
Atualmente, 364 dos 513 deputados federais ocupam apartamentos funcionais em Brasília, localizados nas chamadas asas Norte e Sul da capital federal. São dois bairros nobres no centro de Brasília. Os alugueis residenciais e comerciais nesses bairros são caríssimos.
Há 432 imóveis disponíveis, porém nem todos têm condições de uso. Dessa forma, os parlamentares não contemplados com os chamados apartamentos funcionais têm direito à verba mensal de até R$ 4.253.
‘COMER GENTE’
O filho “Zero 3” tem a quem puxar. Em 2018, o então deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência da República, defendeu o uso do auxílio-moradia pago aos parlamentares além do salário.
O deputado e presidenciável, na época, recebia a verba mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. Flagrado no desvio, afirmou que, como era solteiro, usava o dinheiro para “comer gente”.
GRANA EXTRA
Mas, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, seis deputados usam brecha criada em 2015, quando o ex-deputado Eduardo Cunha, filiado ao então PMDB e hoje no PTB, presidia a Câmara. A medida permitiu a transferência da cota de gastos exclusivos com a atividade parlamentar um extra de R$ 1.747 para pagamento de aluguel dos deputados.
O valor do auxílio moradia é liberado nas seguintes modalidades:
- em dinheiro, descontado o Imposto de Renda. Nesse caso, não há necessidade de apresentar qualquer comprovação de gasto com aluguel; e
- pagamento de R$ 4.253 de forma integral, mas com apresentação de comprovação de gasto com moradia.
É nesta segunda categoria que há a brecha que permite reembolso extra para além dos R$ 4.253.
Seis dos 72 parlamentares que escolheram essa modalidade bateram no teto de reembolso de R$ 6 mil.
São eles: Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marco Aurélio Sampaio (PSD-PI), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Marina Santos (Republicanos-PI), Nicoletti (União Brasil-RR) e Shéridan (PSDB-RR).
M. V.