Ideia é forçar a saída de garimpeiros que ainda insistem em ocupar ilegalmente a região. Depois da desintrusão dos invasores vai haver um censo
O espaço aéreo sobre a TIY (Terra Indígena Yanomami) vai ser novamente fechado dia 6 de abril. A antecipação da data, inicialmente prevista só para maio, foi acertada após reunião dos ministros da Justiça, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio Monteiro, e comandantes das Forças Armadas.
Por meio das redes sociais, Dino informou sobre as ações governamentais, que envolvem pool de iniciativas do dos ministérios da Justiça e da Defesa. Entre outras ações, que envolvem o governo do Estado de Roraima.
“Nesta quinta [23], estive no Ministério da Defesa, com o ministro Múcio e com os comandantes militares, fazendo avaliação sobre ações policiais na Amazônia, especialmente em Roraima. Ações estão sendo e serão ainda mais intensificadas. Nossa referência é a autoridade da LEI”, tuítou Dino.
A ideia do governo é forçar a saída de garimpeiros que ainda insistem em permanecer na região.
Além disso, a partir da próxima semana, a PF (Polícia Federal) vai intensificar as operações de retirada desses invasores.
AÇÃO ESTÁ SENDO BEM-SUCEDIDA
O ministro Flávio Dino disse que desde a primeira fase da operação, ainda em janeiro, diversos garimpeiros foram identificados e que houve redução drástica do número deles na região. Isso, segundo o governo, quer dizer que a ação governamental está sendo bem-sucedida.
Antes, eram milhares e agora são centenas que ainda resistem principalmente em três áreas específicas.
A ideia então é fechar esse corredor aéreo dia 6 de abril para concluir o processo de desintrusão (desocupação) dos invasores. Inclusive, o ministro José Múcio Monteiro esclareceu que, se antes os voos ilegais chegavam a 30 num único dia. Hoje não passam de 1 ou 2 por dia.
CENSO
Após o bloqueio, somente aviões militares ou de órgãos federais terão autorização para sobrevoar a região principalmente para o trabalho de ajuda humanitária.
Após o processo de retirada desses invasores, o governo pretende fazer um censo para saber os dados das pessoas que moram na região.
ENTENDA A AÇÃO DESDE O INÍCIO
A primeira fase do fechamento do espaço aéreo na TIY começou, em 1º de fevereiro. A Aeronáutica iniciou, à 0h daquela data, uma quarta-feira, a ampliação do controle e a restrição do espaço aéreo do território do PIY (Povo Indígena Yanomami) em Roraima.
A medida, anunciada pela FAB (Força Aérea Brasileira) em nota, teve como objetivo combater o garimpo na região, ao impedir a logística de abastecimento das atividades criminosas.
A Força Aérea deflagrou a Operação Escudo Yanomami, que ativou a Zida (Zona de Identificação de Defesa Aérea) no local, que foi dividida em três: branca (reservada), amarela (restrita) e vermelha (proibida). Além disso, a FAB instalou radar para aumentar o controle do tráfego.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou então, dia 31 de janeiro, decreto que ampliou o poder de atuação dos ministérios da Defesa, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome e dos Povos Indígenas, além de prever a criação da Zida.
ZONA RESTRITA
A partir dessa autorização, a FAB previu, por conseguinte, que, na região proibida, somente estão autorizadas aeronaves militares ou envolvidas na operação.
Na região restrita, estão permitidos voos para aeronaves que estão em contato com órgãos de controle. Na reservada, aqueles de acordo com as regras e orientações do tráfego aéreo.
“As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA)”, publicizou a Aeronáutica, por meio de nota, na ocasião.