“Esse cara é maluco”, disse o general Freire Gomes sobre o amigo golpista de Bolsonaro

Bolsonaro com o general golpista Mário Fernandes, de quem era muito próximo. Foto: Isac Nóbrega - PR

O ex-comandante do Exército se referia ao general Mário Fernandes, que arquitetou plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou em sua colaboração premiada que o ex-presidente chamava e gostava do general Mário Fernandes, preso por planejar assassinar Lula e outras autoridades.

Cid falou que Mário Fernandes era parte do grupo “radical” que tentava convencer Bolsonaro a dar um golpe de estado. O general era “muito ostensivo na pressão” e “o que mais impulsionava” o grupo golpista.

Mário Fernandes foi preso por participar do plano “Punhal Verde e Amarelo”, através do qual seriam assassinados Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plano foi arquitetado com a anuência de Jair Bolsonaro, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto, entregou o dinheiro pedido pelo grupo de Mário Fernandes para que os assassinatos fossem realizados.

Um áudio obtido pela investigação confirma que Mário Fernandes conversava com Bolsonaro sobre o golpe. “Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, falou Fernandes.

Mauro Cid contou que o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que era contrário à intentona, tentava neutralizar a influência golpista exercida por Mário Fernandes.

“Ele me ligou desesperado, quando ele soube que o general Mario estava indo lá: ‘Porra, Cid, você não pode deixar ele ir aí, esse cara é maluco, tira ele dai’”, relatou Mauro Cid.

No entanto, foi “o presidente chamou. O presidente gosta dele”.

“Se tivesse alguma coisa do dia mais grave, eu ligava para ele. Tanto que, algumas vezes que a pessoa ia lá, incentivava o presidente. Eu ligava para o general: ‘General, vem pra cá que o presidente está reclamando muito’. Aí, o general vinha e dava uma assentada no pensamento do presidente”, completou.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *