
“Ao exigir que o governo brasileiro atue para interromper as ações contra Jair Bolsonaro, usando para isso a ameaça de retaliações comerciais gravíssimas, Trump imiscui-se de forma ultrajante em assuntos internos do Brasil”, denuncia o jornal paulista
Em editorial desta quinta-feira (10), o jornal “Estadão” classificou o ataque tarifário de Trump ao Brasil como “Coisa de mafiosos”. A carta criminosa do ditador da Casa Branca agredindo a soberania do Brasil e atacando as empresas brasileiras foi caracterizada com “esquizofrênica” pelo jornal paulista e recebeu o repúdio geral dentro e fora do país. Ela só foi aplaudida e bajulada pelos bolsonaristas, entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que se isolou ao justificar o crime de Trump e atacar o governo brasileiro.
Os pretextos inventados por Trump contra o Brasil foram desmontados pelo editorial paulista. “Da confusão de exclamações, frases desconexas e argumentos esquizofrênicos na mensagem, depreende-se que Trump decidiu castigar o Brasil em razão dos processos movidos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado e também por causa de ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas que administram redes sociais tidas pelo STF como abrigos de golpistas”, diz o jornal.
“Trump, ademais, alega que o Brasil tem superávit comercial com os EUA e, portanto, prejudica os interesses americanos”, prossegue o Estadão. A mentira de Trump sobre as “vantagens” do Brasil é desmascarada pelos dados oficiais, que mostram o superávit americano da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos. O Estadão não perdoou. “Antes de mais nada, os EUA têm um robusto superávit comercial com o Brasil. Ou seja, Trump mentiu descaradamente na carta para justificar a medida drástica”, afirmou.
“Ademais”, prossegue o Estadão, “Trump pretende interferir diretamente nas decisões do Judiciário brasileiro, sobre o qual o governo federal, destinatário das ameaças, não tem nenhum poder”. E aí, o jornal paulista aponta o caráter ditatorial do governo Trump. “Talvez o presidente dos EUA, que está sendo bem-sucedido no desmonte dos freios e contrapesos da república americana, imagine que no Brasil o presidente também possa fazer o que bem entende em relação a processos judiciais”, observou o editorial.
A afronta à soberania brasileira também não passou em branco e recebeu um trato firme por parte do jornal conservador paulista. “Ao exigir que o governo brasileiro atue para interromper as ações contra Jair Bolsonaro, usando para isso a ameaça de retaliações comerciais gravíssimas, Trump imiscui-se de forma ultrajante em assuntos internos do Brasil. É verdade que Trump não tem o menor respeito pelas liturgias e rituais das relações entre Estados, mas mesmo para seus padrões a carta endereçada ao governo brasileiro passou de todos os limites”, denunciou o Estadão.
Diferente do governador do estado, Tarcísio de Freitas, que deu força a Trump e atacou o governo brasileiro, o Estadão defendeu o Brasil. “A reação inicial de Lula foi correta. Em postagem nas redes sociais, o presidente lembrou que o Brasil é um país soberano, que os Poderes são independentes e que os processos contra os golpistas são de inteira responsabilidade do Judiciário. E, também corretamente, informou que qualquer elevação de tarifa por parte dos EUA será seguida de elevação de tarifa brasileira, conforme o princípio da reciprocidade”, apontou o jornal.
O jornal paulista foi preciso ao observar a mesquinhez, tanto de Trump quanto de Bolsonaro, no episódio da agressão ao Brasil. “Esse espantoso episódio serve para demonstrar, como se ainda houvesse alguma dúvida, o caráter absolutamente daninho do trumpismo e, por tabela, do bolsonarismo. Para esses movimentos, os interesses dos EUA e do Brasil são confundidos com os interesses particulares de Trump e de Bolsonaro. Não se trata de ‘América em primeiro lugar’ nem de ‘Brasil acima de tudo’, e sim dos caprichos e das ambições pessoais desses irresponsáveis”, assinalou o texto.
Leia o editorial do Estadão na íntegra
Coisa de mafiosos
O presidente americano, Donald Trump, enviou carta ao presidente Lula da Silva para informar que pretende impor tarifa de 50% para todos os produtos brasileiros exportados para os EUA. Da confusão de exclamações, frases desconexas e argumentos esquizofrênicos na mensagem, depreende-se que Trump decidiu castigar o Brasil em razão dos processos movidos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado e também por causa de ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas que administram redes sociais tidas pelo STF como abrigos de golpistas. Trump, ademais, alega que o Brasil tem superávit comercial com os EUA e, portanto, prejudica os interesses americanos.
Não há outra conclusão a se tirar dessa mixórdia: trata-se de coisa de mafiosos. Trump usa a ameaça de impor tarifas comerciais ao Brasil para obrigar o País a se render a suas absurdas exigências.
Antes de mais nada, os EUA têm um robusto superávit comercial com o Brasil. Ou seja, Trump mentiu descaradamente na carta para justificar a medida drástica. Ademais, Trump pretende interferir diretamente nas decisões do Judiciário brasileiro, sobre o qual o governo federal, destinatário das ameaças, não tem nenhum poder. Talvez o presidente dos EUA, que está sendo bem-sucedido no desmonte dos freios e contrapesos da república americana, imagine que no Brasil o presidente também possa fazer o que bem entende em relação a processos judiciais.
Ao exigir que o governo brasileiro atue para interromper as ações contra Jair Bolsonaro, usando para isso a ameaça de retaliações comerciais gravíssimas, Trump imiscui-se de forma ultrajante em assuntos internos do Brasil. É verdade que Trump não tem o menor respeito pelas liturgias e rituais das relações entre Estados, mas mesmo para seus padrões a carta endereçada ao governo brasileiro passou de todos os limites.
A reação inicial de Lula foi correta. Em postagem nas redes sociais, o presidente lembrou que o Brasil é um país soberano, que os Poderes são independentes e que os processos contra os golpistas são de inteira responsabilidade do Judiciário. E, também corretamente, informou que qualquer elevação de tarifa por parte dos EUA será seguida de elevação de tarifa brasileira, conforme o princípio da reciprocidade.
Esse espantoso episódio serve para demonstrar, como se ainda houvesse alguma dúvida, o caráter absolutamente daninho do trumpismo e, por tabela, do bolsonarismo. Para esses movimentos, os interesses dos EUA e do Brasil são confundidos com os interesses particulares de Trump e de Bolsonaro. Não se trata de “América em primeiro lugar” nem de “Brasil acima de tudo”, e sim dos caprichos e das ambições pessoais desses irresponsáveis.
Diante disso, é absolutamente deplorável que ainda haja no Brasil quem defenda Trump, como recentemente fez o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vestiu o boné do movimento de Trump, o Maga (Make America Great Again), e cumprimentou o presidente americano depois que este fez suas primeiras ameaças ao Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro.
Vestir o boné de Trump, hoje, significa alinhar-se a um troglodita que pode causar imensos danos à economia brasileira. Caso Trump leve adiante sua ameaça, Tarcísio e outros políticos embevecidos com o presidente americano terão dificuldade para se explicar com os setores produtivos afetados.
Eis aí o mal que faz ao Brasil um irresponsável como Bolsonaro, com a ajuda de todos os que lhe dão sustentação política com vista a herdar seu patrimônio eleitoral. Pode até ser que Trump não leve adiante suas ameaças, como tem feito com outros países, e que tudo não passe de encenação, como lhe é característico, mas o caso serve para confirmar a natureza destrutiva desses dejetos da democracia.
Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump, de Bolsonaro e de seus associados liberticidas. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros, seja qual for o partido em que militam, não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha os ideais da democracia.
O prêmio Nobel de Economia, o norte-americano Paulo Krugman, disse que Trump deveria sofrer um processo de impeachment pela atitude contra o Brasil.
Já Eduardo Bolsonaro, filho do capitão golpista, e deputado que abandonou o mandato para morar nos Estados Unidos comemorou o ataque. Ele divulgou uma carta no mesmo dia, logo após a imposição por Trump das tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, aplaudindo a medida, atacando o governo brasileiro e dizendo que a decisão de Donald Trump foi o resultado de seu trabalho junto ao governo americano para que a Casa Branca atacasse o Brasil. Um caso escandaloso de confissão aberta de um traidor da Pátria.
O conluio de bolsonaristas com Trump contra a economia brasileira foi amplamente desmascarado. Um trabalho orquestrado e criminoso para atingir as empresas brasileiras e provocar desemprego e a fome. A atitude dos bolsonaristas foi comparada a do maior traidor da história do Brasil, Silvério dos Reis, pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), em discurso na tribuna da Câmara. Enquanto o país inteiro se une para reagir aos ataques de Trump, os bolsonaristas traem descaradamente o país, aplaudem o ataque estrangeiro e se oferecem como agentes para apunhalar os brasileiros pelas costas.
Bolsonaro a Bíblia ensina que Deus é a verdade e, portanto, ele não tolera mentiras como tu e teus seguidores vivem de mentiras a punição divina é certa.