“A maioria das crianças está doente por causa dos bombardeios. Agora já são 12 mil pessoas que morreram, a maioria são crianças”, afirma a jovem. Ditadura israelense mantém brasileiros presos em Gaza
A brasileira residente em Gaza, Shahd al-Banna, de 18 anos, faz relatos dramáticos sobre a situação na região e diz, em relato à Sputnik Brasil, que “não há um lugar seguro. Os bombardeios não param, em todo lugar. O tempo todo temos entes que morrem”. Ela faz parte do grupo que está preso em Gaza sem água, comida, luz e, principalmente, segurança. A ditadura israelense não está permitindo a saída dos brasileiros.
“A maioria das crianças está doente. Por causa dos bombardeios que aconteceram no norte, cheiramos muito fósforo branco. Eu estou sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção”, diz a brasileira residente da Faixa de Gaza Shahd al-Banna em seu relato.
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Pelo quinto dia consecutivo, nenhum dos 34 brasileiros que estão na área do conflito entre Israel e o Hamas constou na lista oficial. Apesar da tragédia, a jovem explica que se mantém firme, pois a maior esperança dela, no momento, é tirar sua irmã daquela situação. “Eu quero proteger a minha irmã. Eu quero… Eu quero sair daqui, minha esperança é… dar um jeito para essa guerra acabar. E não ver mais pessoas morrendo. Pessoas que são inocentes.”
“A maioria das crianças está doente. Por causa dos bombardeios que aconteceram no norte, cheiramos muito fósforo branco. Eu estou sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção”, diz brasileira residente da Faixa de Gaza Shahd al-Banna em relato à Sputnik Brasil. pic.twitter.com/1NKAXuSX1c
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“A maioria dos ataques ocorre pela noite. Ocorrem muitos ataques de manhã também, de dia, de tarde, de noite. Mas é que de noite fica tudo calmo. Não sei como que eles fazem, mas acho que eles esperam as pessoas ficarem com sono para começar a atacar. Aí ninguém consegue dormir, todo mundo fica assustado. E quando as pessoas morrem de noite, as ambulâncias não conseguem trabalhar muito bem, que nem de dia. E é terrível de noite, terrível”, explica a brasileira.
“Em Gaza não há um lugar seguro. Os bombardeios não param, em todo lugar. O tempo todo temos entes que morrem. Agora já são 12 mil pessoas que morreram, a maioria são crianças. Eu sei que algumas amigas minhas não conseguiram sair do norte, e agora eu não tenho informações”. pic.twitter.com/iTXB7LME4v
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“Agora já são 12 mil pessoas que morreram, a maioria são crianças. Eu sei que algumas amigas minhas não conseguiram sair do norte, e agora eu não tenho informações. Tento ligar para elas, mas não há rede, cortaram a conexão, infelizmente”, relata a brasileira.
“Não temos uma rotina exata. A rotina é esperar sair daqui. Estamos sem gás e sem água mineral. Internet e luz já não temos há um tempão. Eu tô sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção. É ruim beber água salgada, é muito ruim”, completa Shahd.
Em comunicado conjunto, representantes das principais agências da ONU, entre elas Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), PMA (Programa Mundial de Alimentos) e OMS (Organização Mundial da Saúde), manifestaram indignação pela morte de civis na Faixa de Gaza e apelaram por um “cessar-fogo humanitário imediato” no enfrentamento na região.
Durante quase um mês, o mundo assistiu ao desenrolar da situação em Israel e no território palestino ocupado com choque e horror perante o número crescente de vidas perdidas e devastadas”, assinalam os líderes de 18 agências internacionais, em declaração divulgada no domingo (5), lamentando o número de mortos na guerra iniciada em 7 de outubro.