
Portos da Itália, Grécia e França foram bloqueados pelos trabalhadores que impediram o carregamento dos contêineres da morte para abastecer os sionistas
Os estivadores reforçaram nesta terça-feira (5) a resposta à chacina que Israel realiza na Palestina, com uma greve geral que paralisou o porto de Gênova e inviabilizando o abastecimento de carga militar destinada ao genocídio da população da Faixa de Gaza.
Liderados pela União Sindical de Base (USB), juntamente com ativistas da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) na Grécia, realizaram protestos e recusaram a descarregar a carga em seus portos enquanto o navio navegava pela região.
Já na semana passada três contêineres de equipamento militar da COSCO Shipping Pisces foram obrigados a retornar a Singapura, seu ponto de origem, pois os estivadores se negaram a descarregar nos portos de Gênova ou La Spezia.
No manifesto “O Trabalho Rejeita a Guerra”, dezenas de associações, juristas, constitucionalistas e líderes de movimentos pela paz assinalaram que as operações militares não estão entre os serviços essenciais protegidos pela lei italiana.
“Não trabalharemos pela guerra”, declarou o sindicato, citando a lei italiana 146/1990, que proíbe a exportação de armas para zonas de conflito. “Operações de guerra não são serviços essenciais, e uma greve é legítima se servir para defender a segurança coletiva e a ordem constitucional”, afirmou USB, sindicato, lembrando que “parar de descarregar armas não é apenas uma escolha política, é um direito”.
Para dar continuidade ao movimento, o sindicato convocou uma assembleia internacional de estivadores para os próximos dias 26 e 27 de setembro, em Gênova, para coordenar novas ações, incluindo a preparação de uma greve de todo o setor, caso seja necessário.
No início da viagem, o navio foi recebido com protestos por estivadores gregos no Pireu, antes de chegar a Gênova. As entidades convocaram manifestações de massa para impedir o descarregamento do aço de nível militar no navio Ever Golden , com destino a Israel.
“Este é um exemplo claro de como os trabalhadores ao redor do mundo podem expressar solidariedade prática com as pessoas que resistem às guerras injustas dos imperialistas, de como eles podem fortalecer sua luta como uma frente unida contra os mercadores da guerra”, declarou a Frente de Luta dos Trabalhadores Pan-Americanos (PAME).
Na França, liderados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), manifestantes bloquearam o porto de Fos-sur-Mer, próximo a Marselha, e impediram o descarregamento de 14 toneladas de componentes de armas destinados à Israel Military Industries, subsidiária da Elbit Systems, em junho. A CGT afirmou que a medida deixou clara sua recusa em “participar do genocídio em curso orquestrado pelo governo israelense”. “Estamos muito orgulhosos desta ação, que faz parte da longa tradição internacionalista da nossa Confederação pela paz”, declarou a secretária-geral da CGT, Sophie Binet.
FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL REFORÇA PARALISAÇÃO
A Federação Sindical Mundial apoiou publicamente essas ações nos locais de trabalho frisando que a resistência é “a única força que pode interromper este curso doloroso e pôr fim à agressão imperialista e sionista”. “A FSM condenou, desde o primeiro momento, clara e inequivocamente, a agressão do Estado israelense assassino”, acrescentou.
“Estamos orgulhosos de que, sob as bandeiras da nossa Federação, milhões de trabalhadores ao redor do mundo se mobilizaram e estão se mobilizando em solidariedade ao povo da Palestina por uma Palestina livre e um estado palestino independente. Para as forças progressistas do mundo de hoje, é um dever urgente defender a vida, ameaçada pela agressão imperialista”, concluiu a FSM.