
Nesta quarta-feira (29), o governo Tarcísio de Freitas tentou seguir com a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023, em que reduz 16,5% da verba orçamentária da Educação no estado. No entanto, deputados da oposição, junto a manifestantes na Assembleia Legislativa de São Paulo, conseguiram obstruíram a votação. Em recursos, o corte significaria uma diminuição de mais de R$ 9 bilhões por ano na área.
A redução dos recursos promovidos pela PEC de Tarcísio implica em menos investimento em pesquisa, produção científica e tecnológica, no desenvolvimento econômico e cultural, afetará desde estudantes da educação básica ao ensino superior, docentes e demais profissionais da educação.
O ato na Alesp liderado pelos estudantes que entoavam cantos como: ‘Eu defendo a educação e o Tarcísio não’, ‘Não vai ter corte, vai ter luta’, “Não vai ter arrego, se tirar da educação, eu tiro seu sossego’ e ‘Tira a tesoura da mão e investe na educação’, pressionaram os deputados e conseguiram impedir a votação que aconteceria nesta quarta.
Para Lucca Gidra, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES SP), a obstrução da votação é uma vitória, mas os estudantes não arredaram o pé até barrar esse corte que o governador quer empurrar para a educação paulista.
“Hoje foi um dia muito importante para os estudantes da cidade, que mesmo tendo um provão paulista nas escolas, conseguimos mobilizar estudantes de todos os cantos da cidade, estudantes que foram eleitos para representar as suas escolas nas assembleias estudantis, nas mais de 25 assembleias que aconteceram na UMES, nos mais de 100 grêmios mobilizados por toda a cidade para dizer que não vamos aceitar esse corte”, disse.
“E qualquer tentativa que seja para colocar em pauta a votação, nós estaremos mobilizados para barrar esse corte, para pressionar os deputados, para explicar qual que é a situação da educação pública e o que a gente não precisa é de corte, a gente precisa justamente do contrário, precisamos de investimento na rede estadual, as escolas carecem de investimento e estrutura, carecem de professor, ainda falta qualidade no ensino e o que a gente tem visto é justamente uma falta de comprometimento do governador aqui do Estado, que não está querendo investir na educação e ainda por cima não quer gerir a educação”, continuou Lucca.

“Tarcísio não quer gerir a educação paulista porque está com um plano de privatizar as escolas, então ele não quer administrar a educação pública, ele quer terceirizar isso”, disse Lucca, em relação ao projeto que prevê a concessão de escolas estaduais para a gestão privada.
“Então nós estamos nessa luta, estamos nesse embate, hoje é um dia de bastante alegria, pois conseguimos adiar o projeto, mas vamos continuar mobilizados e se mantendo na luta. Hoje foi um pouquinho da indignação dos estudantes que está tamanha nas escolas, nas ruas e a gente vai continuar mobilizando ainda mais até enterrar de vez esse projeto, que é um crime contra a educação aqui no estado de São Paulo e as próximas sessões pode aguardar que os estudantes de São Paulo estarão lá mobilizados firmes e fortes para barrar esses cortes”, afirmou Lucca.
Veja a manifestação dos estudantes na ALESP: