Alunos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo ocuparam o campus de Perdizes nesta terça-feira (23) em prol da efetivação de uma professora negra no curso de Serviço Social. Fotos nas redes sociais mostram barricadas de cadeiras e cartazes indicando a ocupação e protestando contra o racismo.
A ocupação é organizada pelo Centro Acadêmico de Serviço Social, que defende a efetivação da professora Márcia Eurico que foi contratada como professora substituta, e ao vencer o prazo do contrato, seria demitida pela instituição. Ela é a única professora negra que o curso admitiu em seus 80 anos de funcionamento.
“A Professora Marcia Eurico tem uma trajetória pública e notória. É professora universitária há mais de 12 anos, têm experiência tanto no campo acadêmico como nos espaços sócio ocupacionais. Foi a autora mais citada nos trabalhos enviados ao 15º CBAS e tem diversos artigos publicados em revistas científicas, tais como Serviço Social e Sociedade e Revista Ser Social, e no próximo dia 25 deste mês defenderá sua tese na PUC/SP”, diz a nota do CA.
A chegada de uma mulher negra nesta instituição de espaço tão restrito reacendeu a discussão que há tempos fez parte das pautas de reivindicações dos estudantes que integram o Centro Acadêmico da PUC-SP. Sendo assim, foi no dia 7 de maio, durante a realização do Seminário Anual de Serviço Social, que iniciou-se a mobilização do movimento #MarciaFica, entendendo a necessidade de uma professora negra naquele espaço.
“Destacamos que o Curso de Serviço Social da PUC/SP é pioneiro no País, com mais de 80 anos de existência, e em toda sua história nunca houve em seu quadro de docentes efetivos um/uma docente negro/a. Ressaltamos ainda que as orientações da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS, bem como do Conjunto CFESS/CRESS (2016-2018) é direcionada para a imediata inclusão de disciplinas e núcleos de pesquisas que discutam as opressões, e entre elas, o racismo e as determinações étnico-raciais, e neste sentido, a reivindicação das/os alunos/as é legítima e portanto reafirmamos #MARCIAFICA”, diz a nota.