Os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) iniciaram uma greve nesta segunda-feira, 13, em protesto contra o fechamento do atendimento em Pronto-Socorro (PS) do Hospital Universitário (HU) devido à falta de médicos.
Em nota divulgada pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, da FMUSP, “em 2014, após assumir a Reitoria desta Universidade, os Exmos Professores Marco Antonio Zago e Vahan Agopyan iniciaram o processo de desmonte do hospital; inicialmente tentaram desvincular o HU da Universidade de São Paulo (…) Em seguida, instituíram um Programa de Incentivo à Demissão Voluntária-PIDV- com grande adesão de funcionários deste hospital e consequente prejuízo ao funcionamento da instituição”.
Com a precariedade nos serviços, diversos médicos, profissionais de enfermagem e técnicos acabaram aderindo ao PDV, o que resultou no fechamento do PS pediátrico, além dos serviços oftalmológicos e o PS adulto, que foram limitados durante a noite apenas para casos de emergência.
A presidente do Centro Acadêmico, Maria Luiza Corullon, a Malu, do segundo ano, explica em entrevista ao HP que “isso é muito ruim para o nosso ensino, e é péssimo para a população também, que vai ficar sem o Hospital Universitário. A gente já vem se mobilizando faz muito tempo, em 2014 tivemos atos, em 2016 fizemos assembléias e chegamos a paralisar duas vezes. Nunca ninguém ouviu direito a gente, o reitor se nega a conversar e a contratar para o HU”.
“E agora, com a noticia do fechamento do PS e possibilidade de realmente ficar sem o estágio de pediatria para os estudantes do 5º ano, a gente decidiu que não dava mais para esperar e fez uma assembleia e declarou greve a partir de hoje. Estamos em greve por contratações, para retomar o corpo do hospital universitário, porque precisamos de mais gente tanto para nos ensinar quanto para atender à população”, ressalta Malu.
Ainda segundo Malu, a maioria dos estudantes não compareceu à aula devido à greve, e embora a diretoria da FMUSP esteja orientando aos professores que dêem falta aos alunos, diversos docentes já se pronunciaram favoráveis à greve.