Em discurso no Senado, na última quarta-feira (15), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da minoria, afirmou “que ninguém provocou tanto aqueles que estão envolvidos com a Educação quanto este governo, esse ministro” e que a resposta dos estudantes foi “à altura”.
O dia 15 foi marcado por uma greve geral na Educação, na qual mais de 2 milhões de pessoas participaram de manifestações em pelo menos 240 municípios de todos os estados do país. O senador Randolfe Rodrigues, depois de ter feito um discurso rechaçando os cortes do governo Bolsonaro, somou-se à manifestação que acontecia na Esplanada dos Ministérios.
Para Randolfe, é sintomático que “os dois ministros da Educação da história brasileira que menos entendem de educação tenham passado neste governo”. “O anterior [Ricardo Vélez], coitado, que nem conseguia fazer um decálogo de intenções à frente do Ministério da Educação; e o atual [Abraham Weintraub], que confunde kafta, Kafka; que consegue confundir números; que não consegue juntar chocolate com tabuada; é uma confusão em si a atuação dele à frente do Ministério”.
O senador acredita que as manifestações foram gigantes porque “nunca os estudantes brasileiros, os professores foram tão aviltados, achincalhados, quanto pelo governo do senhor Jair Bolsonaro. Primeiro, o ministro chamando de balbúrdia, depois dizendo que universidade é lugar só de gente andar pelado”. “Eu não tenho notícia de tanta mobilização em um dia só como hoje [quarta-feira (15)]. E mobilização em que o combustível foi colocado pelo governo. O governo alimentou as manifestações com declarações trágicas, uma atrás da outra”.
Ao invés de ouvir os manifestantes, Bolsonaro “se esvai para Dallas, no Texas, e de lá produz o impropério chamando os estudantes de idiotas. Vejam que é uma crescente de besteiras sendo ditas pelo senhor que está no Ministério da Educação até a boca do presidente da República. É uma sequência – aí não tem outro termo – de imbecilidades produzidas pelo ministro da Educação e agora pelo presidente da República”.
“Quando milhões estão nas ruas, alguma coisa está errada”, disse. “O governo tem que refletir se está certo ele, chamando as universidades de balbúrdia e os estudantes de idiotas. Se é ele que está certo e quer continuar nesse caminho ou se são os estudantes”.
“Eu sei que é pedir um pouco demais de um governo arrogante como este, de um ministro despreparado e arrogante como este. É pedir demais deles um pouco de humildade”.
Segundo Randolfe, “o governo empurra a ele próprio e o Brasil, juntos, para uma crise sem precedentes. Não tem coordenação política. Eu não estou falando em fazer acordo com o Centrão. Seja onde for, não tem coordenação política”.
“Eu advirto o seu Jair Bolsonaro: isso não vai dar certo, não está dando certo. Homem, dê uma olhada no país como está, na retração econômica, e não venha fazer a chantagem de que a culpa é da reforma da Previdência. A culpa é da condução do governo. São mais de 13 milhões de desempregados, 400 mil na conta do governo Bolsonaro”.
Randolfe Rodrigues disse ainda que não vê “alternativa que não seja anunciarmos que, a partir da semana que vem, não votaremos nenhuma matéria neste plenário enquanto não ocorrer a reposição dos recursos para a Educação. É o mínimo a ser feito, é o mínimo a ser exigido”.
“Hoje [quarta-feira, 15] poderia ser somente um dia de mobilizações como várias outras que se teve, mas elas se tornaram uma das maiores da história do Brasil. O governo do senhor Jair Bolsonaro esta capacidade teve, teve a capacidade de alimentar o vulcão que viria das ruas, teve a capacidade de provocar, teve a capacidade de mobilizar ainda mais estudantes e professores”.
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