Estudantes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) se mobilizaram para pedir o afastamento e a exoneração de José Guilherme de Almeida, professor e pesquisador na Diretoria de Humanidades do Instituto, devido um comentário racista em publicação nas redes sociais.
Almeida publicou no último sábado (10), um texto sem seu Facebook onde dizia odiar quando “pretos e pardos falavam alto e comiam por muito tempo em bandos, nos hotéis três estrelas de orla de praia”.
No mesmo dia a mensagem foi apagada pelo professor, e então, ele ensaiou uma desculpa. Em outro comentário ele citou a falta de “compreensão dos leitores”, como forma de tentar se livrar da culpa. Alguns minutos depois, sua conta da rede estava desativada.
Alunos contam que, durante as aulas de Almeida, comentários racistas, além de perseguições por parte do professor, eram recorrentes. “Tive aulas com ele e é torturante. Ele não aceita confronto de alunos contra as coisas que falava em aula. Sempre que havia confronto em sala de aula, os alunos negros sofriam represálias, mesmo que entre os envolvidos também tivessem brancos.”, explicou um aluno.
O diretor do campus São Paulo, Luis Cláudio de Matos Lima Júnior, prometeu instaurar um processo administrativo para analisar a possibilidade de exoneração do racista. Em reunião com coletivos negros da instituição, Lima Júnior garantiu que irá encaminhar para a reitoria o pedido de afastamento do professor. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (12), um pouco antes dos estudantes realizarem o ato “Manifestação Antirracista”, em protesto contra a publicação do professor e usada como símbolo de luta contra o “racismo na academia, o silêncio na direção”, e claro, o afastamento de Almeida.
Com um intervalo de uma semana, esse é o segundo caso de racismo no ambiente educacional. Na última sexta-feira (9), um aluno da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) cometeu injúria racial com outro estudante negro, também pelas redes sociais. A vítima era João Gilberto Pereira Lima, 25 anos, que simplesmente estava sentada em um dos bancos da unidade de ensino. O criminoso, qual o nome não foi divulgado, fotografou João e compartilhou em um grupo do aplicativo WhatsApp com a frase: “Achei esse escravo no fumódromo! Quem for o dono avisa!”. A vítima registrou boletim de ocorrência por injúria racial e o autor da foto foi suspenso da faculdade por 3 meses.