A escritora moçambicana Paulina Chiziane conquistou a edição de 2021 do Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.
Além de ser a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, Paulina agora também é a primeira mulher africana a vencer o prêmio.
A premiação foi anunciada em primeira mão pela ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, na quarta-feira (20), e aqui, pela Biblioteca Nacional, já que o Prêmio Camões foi instituído em 1988 pelos governos português e brasileiro e, a cada ano, premia um autor que pelo conjunto de sua obra tenha contribuído de maneira significativa para o enriquecimento do patrimônio cultural da língua comum.
O júri destacou “a sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento acadêmico e institucional da sua obra”.
Em seus romances, a escritora aborda os problemas e a luta das mulheres e do povo moçambicano e africano, e já publicou mais de dez livros, traduzidos em vários países, entre eles, o premiado “Niketche: Uma História de Poligamia”, “O Alegre Canto da Perdiz” e “O Canto dos Escravizados”.
Paulina, que cresceu nos subúrbios de Maputo e, quando jovem, participou ativamente da luta de independência de Moçambique do domínio português, disse que quando recebeu a notícia da premiação, a verdura que sempre faz “acabou queimada”.
“Eu venho do chão. Eu venho de lugar nenhum. Um reconhecimento para alguém que vem de lugar nenhum, sem dúvida, é um motivo de inspiração para uma outra geração”, disse em entrevista à agência portuguesa de notícias Lusa.
“Eu apresento a voz coletiva. É todo um povo que é agraciado por este grande prêmio”, afirmou ainda a escritora no belíssimo e imperdível vídeo.
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