Já está vazia a cadeira dos EUA no Conselho de Direitos Humanos da ONU, de onde o governo Trump se retirou ruidosamente na terça-feira (19), justo no momento em que os olhos do mundo inteiro estavam voltados para a exibição de xenofobia, crueldade e estupidez contra crianças imigrantes – até bebês – separadas à força de seus pais na fronteira com o México. Como alguém comentou, o impacto da foto da criança chorando enquanto a mãe é revistada se assemelha ao da nauseante tortura de Abu Graib.
A porta-bobagens de Trump, ex-governadora Nikki Haley se esgoelou para encenar que a retirada era em solidariedade aos cúmplices de Washington no Oriente Médio, isto é, Israel, ou mais precisamente o regime de apartheid de Netanyahu. Condenar o assassinato a bala de quase duas centenas de civis desarmados se manifestando em Gaza, se indignar com o assalto às terras palestinas e ao esbulho de Jerusalém é, aos olhos de Haley, evidência de “hipocrisia” e “tendenciosidade”.
Os EUA, que não reconhecem como direitos humanos o direito à saúde, ao emprego, à aposentadoria digna, e que é o único país do mundo que não ratificou a Convenção das Nações Unidas dos Direitos da Criança, e que viola as mais elementares cláusulas dos direitos trabalhistas, conforme a OIT, sempre achou que podia dar aula sobre ‘Direitos Humanos”. Até mesmo quando a CIA torturava em massa no mundo inteiro. Ou agora, quando o NSA grampeia geral.
O formidável currículo em direitos humanos dos EUA incluiu o apartheid, só derrubado pelas mobilizações de Martin Luther King, o recorde mundial de encarceramento em massa, a matança de negros desarmados nas ruas das principais cidades por policiais impunes, as aulas de Dan Mitrione, as listas da Indonésia, da Operação Fênix e do Chile, Abu Graib, o waterboarding, o memorando da tortura.
Conforme registrou a mídia chinesa, a demagogia sobre direitos dos EUA “está à beira do colapso”.