Presidente mexicano respondeu a relatório da Casa Branca apontando suposta violência no México como coisa de “caluniadores e mentirosos” que fazem afirmações “sem provas”
O presidente do México, Lopez Obrador (AMLO), considerou que os Estados Unidos deveriam responder às acusações de sabotagem que destruiu os gasodutos Nord Stream, entre outros crimes. O comentário foi uma resposta às acusações de “violência” que teriam sido cometidas pelas autoridades mexicanas, feitas no relatório anual de direitos humanos divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA nesta semana.
“Se estamos falando de atos de violência, como é que um jornalista premiado nos Estados Unidos afirma que o governo dos EUA sabotou o gasoduto da Rússia para a Europa?”, questionou Lopez Obrador durante uma coletiva de imprensa, na quarta-feira (22).
O presidente mexicano referiu-se às denúncias do jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer, Seymour Hersh, de que o governo dos EUA explodiu os oleodutos Nord Stream que ligam a Rússia e a Alemanha, por ordem do próprio Biden.
López Obrador considerou que o relatório anual sobre direitos humanos elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos “é pura politicagem”.
“Eles não querem mudar, então acreditam que são o governo do mundo, e só vêem o cisco no olho alheio e não a viga no seu próprio” afirmou.
“Usam calúnias de um ‘departamentinho’ dentro do Departamento de Estado, sem provas, são caluniadores, mentirosos”, disse o presidente ao rejeitar o texto que no qual se faz referência a supostos casos de abuso e impunidade no México.
Nesse sentido, ele fez uma analogia sobre a validade do documento: “É como se estivéssemos avaliando eles aqui”. Mais detalhadamente, ele se perguntou por que se os americanos “falam sobre jornalismo e liberdade, quando eles prenderam [Julian] Assange”,fundador do WikiLeaks, que permanece detido no Reino Unido, com base em solicitação de extradição exarada de Washington?.
Além disso, Lopez Obrador apontou o fracasso para interromper a crise de adição a opióides que assola o país, que causou mais de 71.000 mortes somente em 2022 por overdoses relacionadas ao fentanil e intoxicações por drogas.
Enfatizou ainda que esse relatório é um sinal de que o governo dos Estados Unidos “não quer abandonar a doutrina Monroe, e o antes chamado Destino Manifesto”.