O Irã qualificou a renovação das sanções pelo governo dos Estados Unidos, em meio à pandemia do Covid-19, como “terrorismo médico”, alertando para as graves e inevitáveis consequências humanitárias e econômicas que provocará.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, denunciou que, sob o manto de prolongar sanções ao programa nuclear por mais 60 dias, as medidas norte-americanas levarão a uma “catástrofe humanitária”, pois dificultarão ainda mais o acesso a medicamentos que salvam vidas.
Segundo o novo embaixador do Irã no Brasil, Hossein Gharibi, a capacidade das autoridades do país persa agirem de forma mais ágil e efetiva no combate ao coronavírus se vê extremamente prejudicada pelas sanções, já que não há dinheiro para comprar materiais nem equipamentos médicos.
O Departamento de Estado dos EUA reconheceu em comunicado que continuará usando de toda a gama de suas “ferramentas diplomáticas e econômicas” para minar a capacidade do que chama de atividades “desestabilizadoras do Irã”.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, ressaltou que a luta de seu país contra o coronavírus está sendo “severamente prejudicada” pelas sanções de Donald Trump, que atingem setores vitais como as exportações de petróleo e gás. O presidente dos EUA também retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais. Agora, alimentos e medicamentos também estão penalizados porque as restrições bancárias impedem qualquer transação.
Conforme o último levantamento divulgado, no domingo, o Irã somava 2.640 pessoas mortas por coronavírus. O Ministério da Saúde informou que nas últimas 24 horas foram confirmados novos 2.901 contágios, elevando para 38.309 o número de infectados. Deste total, 3.467 estão em estado grave.