Cumprindo o compromisso assumido pelo presidente Trump na cúpula de Cingapura com o líder coreano Kim Jong Un, o Pentágono anunciou na sexta-feira (22) que estão suspensos os exercícios militares no sul da Coreia indefinidamente, o que inclui as manobras de grande escala Ulchi Freedom Guardian, que todos os anos se repetem em agosto, mês da independência coreana (15 agosto, rendição das tropas japonesas), para evidenciar a ocupação sobre o sul, dificultar qualquer comemoração conjunta das duas partes da Coreia e ameaçar o norte de destruição.
“Para apoiar a implementação dos resultados da cúpula de Singapura, e em coordenação com nosso aliado República da Coreia, o secretário Mattis indefinidamente suspendeu exercícios selecionados”, disse a porta-voz do Pentágono Dana W. White. No ano passado, 17,5 mil norte-americanos e mais de 50 mil tropas sul-coreanas participaram da Ulchi Freedom Guardian.
No jargão do Pentágono, outros dois “treinamentos do Programa de Intercâmbio com a Marinha Coreana” programados para os próximos três meses também estão cancelados. Ao prometer a interrupção dos exercícios militares no sul da península coreana, o próprio Trump havia admitido que eram “muito caros”, além de “provocativos” – o que foi o que Pyongyang sempre disse. Na declaração, o Pentágono acrescentou que a suspensão desses exercícios militares provocativos estará em vigor enquanto Pyongyang agir “de boa fé” nas negociações em curso.
Também na sexta-feira, Trump prorrogou por mais um ano as sanções unilaterais contra a Coreia Popular (norte), apesar da cúpula. No entanto, esta semana ele alardeou que a “desnuclearização já tinha começado” de fato, pois Pyongyang estaria destruindo “quatro locais de teste nuclear” e ainda agradeceu a devolução de 200 restos mortais de soldados norte-americanos que tombaram na guerra de 1950-53.
Por sua vez, norte e sul anunciaram que entre os dias 20 e 26 de agosto realizarão reuniões de famílias separadas pela guerra na península há mais de 65 anos. As reuniões congraçarão cem famílias e acontecerão em um hotel do monte Kumgang, no litoral sudeste norte-coreano, que já sediou antes esse tipo de encontro, informou a agência sul-coreana Yonhap. Serão as primeiras reuniões de famílias separadas em três anos. Nação milenar, a Coreia está dividida há 73 anos, desde que as tropas norte-americanas entraram em 1945 para “desarmar os japoneses” e desde então não saíram.