EUA diz a Zelensky que não atire em refinarias russas para não elevar preço do petróleo

Ataques de Kiev a refinarias, como a de Kranodar (foto), causam pouco dano mas influem nos preços especulativos do petróleo (Vídeo)

“Nada aterroriza mais um presidente estadunidense que uma alta de preços durante ano eleitoral”, afirmou Bob McNally, ex-assessor energético da Casa Branca

O governo dos Estados Unidos instou Zelensky, a evitar atacar as instalações energéticas russas, por temor de aumento vertiginoso dos preços globais do petróleo, bem como uma retaliação de Moscou. A informação foi divulgada esta sexta-feira (22) pelo Financial Times (FT), citando fontes familiarizadas com a questão.

“Nada aterroriza mais um presidente estadunidense em exercício que uma alta de preços nas bombas durante ano eleitoral”, afirmou Bob McNally, atual presidente da consultora Rapidan Energy e ex-assessor energético da Casa Branca.

De acordo com outra fonte, a Casa Branca estaria cada vez mais frustrada com os “descarados” ataques de drones ucranianos, que atingiram refinarias de petróleo, terminais, armazéns e instalações de armazenamento nas últimas semanas no oeste da Rússia, supostamente prejudicando a sua capacidade de produção de petróleo.

“Não estimulamos nem permitimos ataques dentro da Rússia”, reiterou um representante do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, citado pelo FT.

Mesmo que o governo de Washington tenha enviado repetidas advertências ao Serviço de Segurança Estatal e da Direção Principal de Inteligência da Ucrânia – que tem amealhado as centenas de bilhões de dólares enviados pelos EUA para prolongar uma guerra perdida e de desgaste contra a Rússia  – os ataques contra o território russo permanecem. ​Nas últimas semanas, drones ucranianos atacaram refinarias russas em diferentes regiões do país, como Nizhny Novgorod, Samara, Ryazan e Krasnodar.

“ESTADO TERRORISTA UCRANIANO”

A presidente do Conselho da Federação (Câmara Alta do Parlamento Russo), Valentina Matvienko, declarou que o “estado terrorista ucraniano não se esquiva de nada”, condenando os ataques às instalações de combustível e energia.

Conforme explicou um responsável ucraniano envolvido no planejamento e execução dos ataques, eles têm por objetivo impedir o fornecimento de combustível às tropas russas e cortar o financiamento para a operação militar do Kremlin. No entanto, como destacou o alerta do governo estadunidense, reforçado no artigo do FT, seu efeito pode ser justamente o oposto, provocando uma alta nos preços e uma consequente baixa na popularidade do governo Biden.

O fato é que apesar das inúmeras sanções ocidentais impostas ao setor energético russo, Moscou continua sendo um dos maiores exportadores mundiais de petróleo e gás. Ao mesmo tempo, os preços do petróleo subiram cerca de 15% este ano, chegando a 85 dólares o barril.

A elevação dos preços coincidiu com o início da campanha de reeleição de Biden, agravando ainda mais o quadro para o presidente estadunidense.

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