China desmonta novas “denúncias” de Washington, dessa vez sobre o setor de produção de equipamentos fotovoltaicos na Região Autônoma de Xinjian: trabalho forçado acontece, mas como uma praga nos Estados Unidos
“Os EUA são o epicentro do trabalho forçado”, reagiu o Ministério das Relações Exteriores da China na quarta-feira (8) às alegações dos EUA sobre o setor fotovoltaico na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, enfatizando que não passam de maquinações e que não conseguirão manchar a reputação da indústria fotovoltaica local.
Nuvens escuras nunca podem bloquear o sol, e o fato de os EUA deliberadamente fabricarem mentiras sobre “trabalho forçado” em Xinjiang não logrará interromper o comércio e a cadeia de suprimentos do setor fotovoltaico global, nem prejudicar os esforços globais para combater as mudanças climáticas, disse o porta-voz Zhao Lijian, em uma coletiva de imprensa.
Os comentários vieram depois que a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, afirmou que os EUA dependem da China para 85% de seus painéis solares, e toda a cadeia da indústria atravessa Xinjiang, que, afirmou ela, tem um sério problema de trabalho forçado.
“A China enfatizou repetidamente que o ‘trabalho forçado’ em Xinjiang na fabricação de PV e aplicações é uma mentira total e Xinjiang é a base global de produção de polissilício mais significativa”, observou Zhao.
Em 2021, a produção de módulos fotovoltaicos chinesa ficou em primeiro lugar no mundo pelo 15º ano consecutivo, e a produção de polissilício liderou o mundo pelo 11º ano consecutivo, segundo dados da China Photovoltaic Industry Association.
O valor da produção do setor [polissilício, wafers, células e módulos] ultrapassou US$ 112 bilhões em 2021, enquanto as exportações superaram US$ 28 bilhões, um recorde.
ATÉ CRIANÇAS
Os EUA, no entanto, devem olhar para sua própria história e realidade, como o epicentro do tráfico humano e do trabalho forçado, salientou o porta-voz: quase 100 mil pessoas são traficadas de fora dos EUA para trabalho forçado a cada ano e pelo menos 500 mil estão atualmente escravizadas no país.
Nos EUA – acrescentou Zhao – um grande número de crianças está trabalhando na agricultura, muitas delas a partir dos oito anos de idade.
A Casa Branca anunciou na segunda-feira planos para suspender as tarifas sobre as importações de painéis solares de quatro países do Sudeste Asiático – Camboja, Malásia, Tailândia e Vietnã – excluindo a China, o principal sustentáculo da indústria fotovoltaica global.
A gigante fotovoltaica da China, LONGi, anunciou que ainda estava avaliando o impacto, mas que não depende de nenhum mercado único e possui uma cadeia industrial completa de capacidade de produção fotovoltaica na Malásia e de módulo no Vietnã.