Brian A. Nichols, secretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo dos EUA, chegou ao Brasil para atacar os chineses. Disse que seus projetos são “enganosos” e “não trazem benefícios de longo prazo aos países parceiros”. Não comentou as barreiras comerciais e o fechamento da Ford
Desembarcou no Brasil esta semana o secretário-adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo norte-americano, o embaixador Brian A. Nichols. O funcionário da Casa Branca veio a Brasília a mando do presidente do EUA, Joe Biden com uma missão inglória: criar problemas na cooperação Brasil/China.
Assim que chegou ao país, ele afirmou, em entrevista ao Estadão, que os negócios de infraestrutura fechados pela China ao redor do mundo e sobretudo na América Latina são “enganosos”.
Disse que os projetos oferecidos por Pequim ao Brasil são uma forma de “favorecer sua economia e influenciar a geopolítica”. “Não trazem benefícios de longo prazo aos países parceiros e muitas vezes envolvem corrupção”, afirmou. Não apresentou nenhuma prova do que dizia contra o principal parceiro comercial do Brasil.
Desde 2009, a China já é o principal parceiro comercial do Brasil, com um superávit a favor do Brasil de US$ 23,3 bilhões. Além disso, recentemente foram acertadas grandes parcerias entre os dois países em diversas áreas de interesse do Brasil, durante a viagem de Lula a Pequim. Sem muita coisa a oferecer em contrapartida a tudo isso, o enviado de Biden só fez atacar o país asiático.
“A qualidade dos projetos construídos tem sido abaixo do padrão em muitos casos. Enquanto os custos reais não foram revelados, os custos foram inflados e, muitas vezes, nesses projetos, muito francamente, vimos corrupção ao redor deles”, disse Brian A. Nichols.
O secretário americano mostrou uma boa dose de despeito em relação à China. “Após cinco anos, os projetos de investimento da China não trazem nenhum benefício para o PIB dos países”, disse o enviado de Biden, acrescentando que “eles [os chineses] geralmente fornecem um aumento de curto prazo, mas – isso foi medido academicamente – após cinco anos, não há nenhum benefício”.
“Precisamos que os países entendam exatamente o que estão ganhando quando fazem esses negócios com a China”, reclamou ele. “Estou incrivelmente otimista de que os Estados Unidos e o Brasil tenham um grande futuro econômico juntos e que promoverão bons empregos, alto crescimento e uma economia limpa para o futuro”, argumentou, mais uma vez, sem apresentar nenhum projeto ou proposta de parcerias de interesse do Brasil.
A missão de Brian A. Nichols na América Latina é clara: falar mal da China e tentar aumentar a influência americana na região, mas sem apresentar nada de concreto para o bem do Brasil. “Precisamos oferecer soluções de implantação rápida, realistas e acessíveis para os desafios que os países enfrentam”, disse ele. Apesar dessas palavras, nenhuma proposta foi feita. Em declínio econômico, os EUA, atualmente, só pensam em como correr atrás da China para tentar reduzir o seu atraso e declínio econômico.
“Quando viajo e converso com líderes estrangeiros eles costumam dizer que não querem procurar a China, mas precisam de opções”, prosseguiu Brian, afirmando que “estamos trabalhando para garantir que os EUA estão dando aos países opções de como atender às suas necessidades”. Realmente, ele disse a verdade. “Estamos trabalhando, mas…” Ou seja, nada de concreto.
Sem levar e conta que a empresa americana de automóveis Ford acaba de fechar sua fábrica no Brasil, Brian A. Nichols disse que as empresas americanas estão “muito interessadas em fazer negócios no país”. “O setor privado dos Estados Unidos no Brasil representa 1/3 do valor do setor privado neste País e nossas empresas estão ansiosas para continuar em parceria com o Brasil”, disse ele.
Mas, nos últimos tempos, as empresas americanas que ainda estão instaladas no Brasil, ao contrário do que diz o funcionário da Casa Branca, têm investido muito pouco. Seguem, na verdade, enviado muitos recursos para as suas matrizes. Vivem mais especulando com títulos e papéis do governo ou comprando ativos já prontos.
Ele insistiu que todo esse parasitismo é “para construir uma economia forte, investir e ajudar o Brasil a desenvolver uma economia de geração de empregos e integrar melhor à economia global, sendo um grande parceiro nas Américas”. “Estou incrivelmente otimista de que os Estados Unidos e o Brasil tenham um grande futuro econômico juntos, que promoverão bons empregos, alto crescimento e uma economia limpa para o futuro”, disse o representante do governo dos EUA.