O chanceler Sergei Lavrov declarou, em pronunciamento à Duma, que a Rússia está disposta a ir à mesa de negociações com relação ao conflito na Ucrânia, mas não abre mão dos interesses e segurança de seu povo
“Permanecemos abertos a uma solução político-diplomática baseada em nossos interesses legítimos, levando em conta as realidades que se desenvolveram ao longo dos anos e que levaram à situação atual”, afirmou o chanceler russo Serguei Lavrov, na quarta-feira (14), durante o seu discurso na Duma (Câmara dos Deputados da Rússia), referindo-se ao conflito na Ucrânia.
“No entanto, na ausência de propostas sérias daqueles que declararam guerra contra nós, e levando em conta sua relutância em considerar os nossos interesses ou as realidades no terreno, não será possível falar em mesa de negociações. Não estamos vendo tais opções”, acrescentou.
Ele denunciou que “desestabilizando região após região, os norte-americanos, tentam controlar o caos que estabelecem”.
Neste contexto, garantiu que “a segurança da Rússia, incluindo os habitantes das novas regiões russas, a vida, a honra, a dignidade, os direitos e os interesses” dos seus cidadãos “serão garantidos de forma confiável”.
G20 NÃO DEVE LIMITAR AGENDA A INTERESSES DOS EUA
O ministro também assinalou que a Rússia pretende continuar seus esforços para conter as tentativas dos Estados Unidos de limitar a agenda do G20 aos seus interesses na Ucrânia.
“Juntamente com os Estados do Sul Global, seguiremos impedindo as tentativas ocidentais de transformar o G20 em um instrumento para alcançar seus interesses egoístas, incluindo a ucranização da agenda desta organização”, declarou.
Segundo Lavrov, é com base neste princípio que a Rússia planeja participar da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20, bloco composto pela União Europeia, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, África do Sul, Rússia e Turquia, que será realizada no Rio de Janeiro, de 19 a 25 de fevereiro.
