O negro Malcolm Alexander, que havia sido condenado à prisão perpétua por estupro na Louisiana e estava no cárcere há 38 anos, foi libertado na terça-feira (30), aos 58 anos, após teste de DNA inocentá-lo e ter seu julgamento revisto. “Rezei minha vida inteira por isso”, disse seu filho, Malcom Stewart, que estava no tribunal.
Alexander, ainda de algemado e de uniforme laranja de presidiário, abriu um largo sorriso quando a juíza June Darensburg determinou sua libertação após quase quatro décadas de injustiça. Seus familiares – inclusive a mãe idosa e o neto – e amigos comemoram, aplaudindo e chorando ao mesmo tempo. Quando ele entrou na prisão, tinha 20 anos.
Procuradores haviam concordado em retirar a acusação e sua condenação – de 1979 – foi cancelada. Duas horas depois ele deixou a cadeia de Jefferson Parish, em Nova Orleans.
“Agradeço a todos vocês do fundo do meu coração”, disse a mãe, Maudra Alexander, de 82 anos, soluçando em sua cadeira de rodas, aos advogados que conseguiram a reabertura do caso e libertação do filho Malcom, que sempre se disse inocente.
Conforme seus atuais defensores, do “Innocence Project”, o advogado do primeiro julgamento de Alexander falhou ao não enfatizar que a vítima tinha tido dúvidas quando o reconheceu como o estuprador em 1979. Evidências de DNA descobertas em 2013 e que eram consideradas perdidas foram essenciais para a reversão.
Foi demonstrado que pelos pubianos recolhidos na cena do crime, um banheiro na loja da vítima, não pertenciam à vítima ou a Alexander, conforme testes de DNA, reforçando sua reiteração de não ser o agressor.
O diretor do Innocence Project, de Nova Iorque, Barry Scheck, agradeceu à cooperação do escritório do xerife de Jefferson Parish e da Promotoria do Distrito de Jefferson Parish, que considerou chave para a libertação de Alexander.
Em comunicado, o promotor Paul Connick disse concordar com a libertação. “Após uma extensa investigação durante os últimos dois anos e meio, concordei com os advogados de pós-condenação do Sr. Alexander que o advogado de defesa durante seu julgamento de um dia ocorrido há 37 anos forneceu uma representação ineficaz em violação dos seus direitos constitucionais”, assinalou.