Estados Unidos têm usado a diplomacia de bombardeios às portas da China, e procuram estigmatizar e demonizar exercícios militares legítimos, legais, profissionais e transparentes da China
Os Estados Unidos foram os primeiros a provocar e impor uma crise que poderia ter sido evitada em torno de Taiwan, afirma o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado, na segunda-feira (22).
“Agora, Washington culpa Pequim e condena seus exercícios militares legais e transparentes”, acrescentou o texto oficial.
“São os EUA que têm conduzido a diplomacia de bombardeios às portas da China, e ainda assim procuram estigmatizar e demonizar os exercícios militares legítimos, legais, profissionais e transparentes da China; são os EUA que minam a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e no entanto, tentam transferir a culpa por fazer provocações e tensões crescentes para a China; são os EUA que violaram descaradamente a soberania e a integridade territorial do nosso país e pisotearam a linha vermelha da China, mas nos acusam falsamente de reagir exageradamente e fabricar a crise. O que os EUA fizeram foi completamente além dos limites. Não é a China que está sendo irresponsável. É Pelosi e o governo dos EUA que estão sendo extremamente irresponsáveis”, sublinhou o comunicado.
Comentários recentes do embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, sobre a região de Taiwan novamente “expuseram a lógica hegemônica de Washington”, apontou um porta-voz das Relações Exteriores em resposta a comentários feitos por Burns em entrevista à CNN.
CHINA INSTA EUA A ACABAR COM PROVOCAÇÔES
O vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Xie Feng, convocou Burns duas vezes, em nome do governo chinês, para registrar fortes protestos sobre essa atitude, e instou os EUA a corrigirem imediatamente o erro, tomando ações concretas para desfazer o notório impacto da visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan nos dias 2 e 3 de agosto, e de outra delegação, chefiada pelo senador Ed Markey, nos dias 14 e 15 de agosto, observou um porta-voz da Chancelaria chinesa.
Agora e insistindo em mais um episódio que busca afrontar a China, o governador do estado de Indiana, Eric Holcomb, chegou em 21 de agosto a Taiwan. Sua visita é a terceira que os políticos americanos de alto escalão fazem para a ilha chinesa até agora em agosto.
Xie Feng reiterou que o princípio de uma só China está no centro dos interesses da China. “Nenhum país, força ou indivíduo jamais subestimará a firme determinação, vontade firme e forte capacidade do governo e do povo chinês para defender a soberania e a integridade territorial e alcançar a reunificação e o rejuvenescimento nacional”.
A China, mais uma vez, instou os EUA a cumprir as normas básicas das relações internacionais, incluindo a não interferência nos assuntos internos de outros, retornar ao caminho certo do princípio de Uma Só China e dos três Comunicados conjuntos entre os dois países e parar de fazer qualquer coisa que prejudique os interesses centrais da China, observou o porta-voz.
Taiwan, como provado pelos registros históricos, foi devolvida à China em 25 de outubro de 1945, dez dias após a rendição incondicional do Japão na II Guerra Mundial, atendendo às Declarações do Cairo (1943) e de Potsdam (1945) – esta, assinada pela China, Estados Unidos, Grã Bretanha e União Soviética. Assim como a Inglaterra fizera com Hong Kong, Taiwan fora tirada da China à força pelo Japão no final do século XIX.
Desde 1971, a ONU, através da resolução 2758, reconheceu oficialmente a República Popular da China como “único representante legítimo da China perante as Nações Unidas” e restabeleceu o assento no Conselho de Segurança da organização, que fora usurpado por mais de uma década pelo regime derrotado pela revolução de 1949, quando Chiang Kai-shek fugiu para Taiwan. Este fato abriu caminho para a intensificação das relações através do Estreito, o que a elite separatista açulada por Washington vem tentando sabotar.