As overdoses por consumo de opioides nos EUA cresceram 29,7% em 2017 se comparadas ao terceiro trimestre de 2016. O dado esta ligado aos atendimentos de emergência nos hospitais em decorrência do uso abusivo de drogas como heroína, fentanil e analgésicos. Os dados foram publicados pelo relatório do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), publicado na terça-feira (6).
A prescrição médica agressiva de opioides – analgésicos à base de derivados de ópio, indicados para dores muito intensas ou crônicas – ajudou a ampliar o consumo abusivo e suas as consequências: dependência química, overdoses e óbitos. Contudo, essa epidemia tem a ver com fatores sociais como a falta de perspectivas de grande parte da juventude, desemprego, desagregação de famílias, ausência de proteção social, desigualdade e outras mazelas típicas do neoliberalismo que predomina nos EUA.
Sobre o crescente surto envolvendo o uso de opioides nos EUA, a diretora do CDC, Anne Schuchat, afirmou que “muito antes de recebermos os dados das certidões de óbito, os dados das emergências indicam aumentos alarmantes nas overdoses por opioides. Esta rápida epidemia afeta tanto homens como mulheres, e pessoas de todas as idades. Não respeita fronteiras de estados ou condados e continua aumentando em todas as regiões dos Estados Unidos”.
O documento publicado pelo CDC indica que 142.557 usuários de opioides foram socorridos nas emergências dos hospitais do país, devido a crises de overdose, entre julho de 2016 e setembro de 2017. Embora o relatório não analise as mortes por overdose pela dificuldade de agrupar as certidões de óbito, em 2016, um total de 63.632 pessoas morreram nos EUA por uso abusivo de drogas – o que equivale a 174 mortos por dia. O dado representa um aumento de 21,4% em relação a 2015, conforme informe do CDC.
G.C.