Placas provocativas proibiam a entrada sob ameaça de detenção dos mexicanos
O governo mexicano reagiu à “aparição” ilegal de seis placas em inglês e espanhol em uma praia em Tamaulipas, no nordeste do país, que teriam sido colocadas pelo Departamento de Guerra dos EUA inventando se tratar de uma “Área Restrita” norte-americana.
Vídeos nas redes sociais mostram a remoção das placas pelos agentes da Marinha mexicana, enquanto relatos de pescadores denunciavam que supostos militares e funcionários dos EUA cruzaram o Rio Grande de barco para instalar as placas com avisos do “Departamento de Defesa”. Pelos dizeres, a entrada não autorizada era proibida, com possibilidade de detenção e revista de pessoas e veículos, da mesma forma que fotografar ou fazer anotações era vetado sem autorização específica do comandante estadunidense.
Conforme informou o Ministério das Relações Exteriores do México (SRE) e a Marinha (Semar), a Comissão Internacional de Limites e Águas (CILA) foi acionada para investigar o incidente. Em comunicado conjunto a SER e o Semar entraram em contato com a Embaixada dos EUA para elucidar o caso.
Agora, a CILA “iniciará as consultas técnicas necessárias para esclarecer completamente a questão e realizar a revisão, conforme estabelecido pelos tratados de limites e águas vigentes, dos mapas e instrumentos que delimitam a fronteira entre os dois países”, sublinharam.
A organização ambientalista Conibio Global também registrou a provocação da colocação dos letreiros estadunidenses em território mexicano e a declaração por parte dos EUA de que esta seria uma “zona restrita pela autoridade do comandante e de acordo com as disposições emitidas pelo secretário de Defesa”.
Colocando um ponto final na provocação norte-americana, a SRE e a Semar assinalaram que as seis placas foram retiradas, “cuja instalação gerou dívidas da sua procedência e localização em território nacional”. Durante as primeiras análises realizadas em Brownsville, no Texas, acrescentaram, “não foi confirmado que houvessem sido instaladas por nenhuma autoridade estadunidense”.
Há poucas semanas a presidente do México, Claudia Sheinbaum respondeu às provocações de Trump sobre a presença de tropas estrangeiras. “Não queremos a intervenção de nenhum governo estrangeiro. A última vez que Estados Unidos interveio no México, nos levou metade do território”, recordou.
Em cerimônia contra as sabotagens dos vende-pátria, Claudia frisou que “hoje, como ontem, os mexicanos estão chamados a defender a sua independência, a verdadeira democracia e a liberdade”, e que não triunfa quem utiliza da violência como instrumento de pressão.











