Na reunião do Conselho Executivo da OPAQ desta quarta-feira (18) o representante russo Alexander Shulgin provou que os EUA oficialmente patentearam o Novichok, ou utensílios para seu uso ou proteção, conforme um documento oficial de 2015 e que, portanto, a tentativa de Londres de culpar a Rússia pelo caso Skripal é hipócrita. Mais de 20 países desenvolveram o tipo de neurotoxina que depois iria ser denominada, provocativamente, de “novichok”, um nome russo. Entre esses países está também a Grã Bretanha.
Shulgin exibiu documento, datado de 1 de setembro de 2015, em que a Oficina de Patentes e Marcas dos EUA se dirige à agência análoga russa, pedindo comprovar a patentabilidade de uma invenção do cientista norte-americano T. Rubin, uma bala especial com recipiente para substâncias tóxicas de diversos tipos. Ele então fez a leitura das substância ativas citadas no documento para “equipar opcionalmente” o dispositivo: “tabun, sarin, soman, ciclosarin, VG, VM, VR, VX e atenção!- os agentes do tipo Novichok”. Ele acrescentou que na consulta ao google.patents.com com a palavra-chave ‘Novichok’, se encontram mais de 140 patentes emitidas pelos EUA.
Apesar da histeria contra a Rússia, nem o governo May e nem o Secretariado Técnico da OPAQ tiveram como atribuir à Rússia a “origem” do agente dito ter sido achado nas amostras de Londres. Shulgin advertiu que seu país não aceitará conclusões às quais não tenha acesso às evidências e procedimentos.
Na reunião, o diretor da OPAQ, e ex-dirigente da Otan, Ahmet Uzumcu, rechaçou a afirmação do chanceler russo Sergei Lavrov, segundo o qual o resultado do exame das “evidências” enviadas por Londres, realizado por um laboratório estatal suíço, registrou traços de um agente neurotóxico somente produzido no Ocidente, o BZ. E asseverou que o BZ estava presente, não na “amostra inglesa”, mas na “amostra de controle”. Milagrosamente, apesar de “não haver antídoto conhecido” e do “novichok de grau militar”, Yulia já recebeu alta e o pai está em recuperação.