Base norte-americana em Al Tanf, localizada na tríplice fronteira da Síria, Iraque e Jordânia, instalada em território usurpado à Síria tornou-se produção de mercenários terroristas
“A base norte-americana em Al Tanf, cidade na fronteira tríplice da Síria, Jordânia e Iraque, tornou-se uma verdadeira fábrica de produção de terroristas sob o controle do Ocidente”, alertou o diretor do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia (SVR), Sergei Narishkin, durante uma reunião dos chefes dos serviços especiais e de segurança da Comunidade de Estados Independentes (CEI) em Moscou, de acordo com acusações do governo sírio de uma ocupação norte-americana, através de bases militares, desde a expulsão dos bandos terroristas da quase totalidade de seu território.
Alertando para a gravidade da situação, chamou os serviços especiais e de inteligência dos países da CEI para que prestem especial atenção ao trabalho da Agência Central de Inteligência (CIA) e do MI-6 britânico que visa “preparar estruturas que estão planejadas para serem convertidas num núcleo paramilitar de golpes de Estado nos países do espaço pós-soviético, (…) terroristas”.
“Na Grande Eurásia, está se formando progressivamente um novo espaço de cooperação (…) E não é surpreendente que os Estados Unidos e os seus satélites europeus façam esforços desesperados para desestabilizar a situação nas nações da comunidade”, disse Narishkin no reunião da CEI.
“A Ucrânia é um exemplo claro. Ao deixar-se seduzir pela chamada integração europeia, aquele país tornou-se o principal aríete anti-russo dos norte-americanos. Como resultado, hoje a Ucrânia é um Estado falido”, enfatizou.
A CEI reúne Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão e Ucrânia.
EUA DEVEM CONTINUAR MINANDO PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO
O alto funcionário desestimou a ideia de que o governo de Donald Trump em Washington mudaria a política dos EUA destinada a minar os processos de integração no continente euro-asiático.
“Os anglo-saxões gostam de dividir para reinar. Nós, pelo contrário, devemos estar mais unidos para viver em paz e segurança, independentemente das aventuras dos regimes liberais e totalitários ocidentais que são degradantes”, acrescentou.
Nas suas palavras: “Para onde quer que o Ocidente olhe, vê-se a si mesmo em todas as partes, ou a um objeto de repressão, conquista ou mesmo pilhagem, o que na sua essência é racismo”.
A base militar dos EUA em Al Tanf está localizada no sul da província síria de Homs, perto da fronteira com o Iraque e a Jordânia. As tropas dos EUA invadiram a Síria em 2014 sob o pretexto de combater o terrorismo, mas na verdade em uma tentativa desesperada e fracassada de derrubar um dos governos mais dedicados ao pa.
PRESENÇA DOS EUA É “ROUBO DESCARADO DE PETRÓLEO”
Embora Washington sempre tenha afirmado que o combate ao grupo ISIS (Estado Islâmico, que também é proibido na Rússia) era a sua única razão para estar na Síria, recentemente mudou a sua narrativa e agora afirma que as suas tropas estão no país árabe para supostamente “proteger” os campos de petróleo.
O governo sírio, diz que não há ‘proteção” alguma e sim “roubo descarado de petróleo” perpetrado pelos Estados Unidos.
As forças militares dos EUA controlam ilegalmente territórios do norte e nordeste da Síria nas províncias de Al-Hasakah, Deir ez-Zor e Raqqa, onde se encontram os maiores depósitos de petróleo e gás do país árabe. Damasco tem qualificado em várias ocasiões como ocupação militar a presença de forças norte-americanas, denunciando como pirataria estatal o transporte ao exterior do petróleo e até trigo roubados nessas regiões.
Em 2022, a agência de notícias síria SANA denunciou que os Estados Unidos estavam construindo na província de Al-Hasakah uma refinaria de petróleo, em conjunto com o bando auto-denominado Frente Democrática Síria (FDS), com a capacidade de produzir 3.000 barris por dia de combustíveis.
A chancelaria síria acrescentou que “milhares de famílias foram forçadas a deixar suas casas para buscar refúgio em território controlado pelo governo sírio”, afirmando também que as ações das forças americanas e das FDS “equivalem a crimes de guerra e crimes contra a Humanidade”.