Mais uma vez o governo dos Estados Unidos utilizou o seu poder de veto para barrar a proposta da Argélia para que cesse a carnificina israelense
Novamente os Estados Unidos usaram seu poder de veto para rejeitar uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta quarta-feira (20), que exigia um “cessar-fogo humanitário” incondicional na Faixa de Gaza.
A medida havia sido proposta pelo E10 – os dez membros não permanentes do CS – e recebeu 13 votos favoráveis, uma abstenção (Reino Unido) e um único voto contrário: o dos EUA, que financiam o massacre, entregam as armas usadas no genocídio e lhe dão sustentação política.
Desde 7 de outubro de 2023, o número de palestinos mortos pelos ataques israelenses na Faixa de Gaza já ultrapassa os 44 mil, com as autoridades de saúde locais registrando mais de 104 mil feridos, inúmeros deles mutilados. Conforme o Escritório de Direitos Humanos da ONU, cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças. Para dar a dimensão do caos isso significa que, em média, um menor de idade é morto e dois são feridos a cada 10 minutos.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou que há poucos dias Israel impediu que oito crianças que necessitavam de cuidados de saúde fossem transferidas para um hospital na Jordânia. Entre elas estava uma criança de dois anos com amputações nas pernas.
“É completamente escandaloso e ultrajante que Israel impeça crianças que precisam de tratamento essencial de deixar Gaza. A recusa de Israel em realizar transporte médico urgentes desafia a razão e a humanidade”, protestou Moeen Mahmood, diretora da MSF na Jordânia.
De acordo com a organização, a devastação do sistema de saúde em Gaza, bem como a falta de abastecimento de remédios e alimentos, faz com que aqueles que necessitam de cuidados especializados precisem de atendimento urgente, sob pena deste número ser catapultado.
Está comprovado um escandaloso número de profissionais de saúde mortos no cumprimento do dever, e a MSF lembra que há pelo menos 14 mil pessoas necessitando de transporte médico. Pela gravidade da situação, a organização exige que seja garantido a todos os pacientes palestinos e aos seus cuidadores um regresso seguro e digno a Gaza.