“A chamada coalizão dos EUA atacou com fósforo branco a cidade de Hayin, ao leste da região de Dier Ezzor, onde provocou a morte de todos os membros de uma família”, declarou na terça-feira, 30, Bashar al-Jaffari, representante sírio ante as Nações Unidas durante intervenção Conselho de Segurança (CS-ONU).
Esta agressão ocorre quando “os membros do CSNU, em lugar de criticar os ataques dos EUA com armas proibidas na Síria, expressam sua falsa preocupação pela situação humanitária no país”, para a qual a denominada coalizão também desempenhou um papel chave, acrescentou o delegado sírio.
O fósforo branco, que queima até o osso enquanto houver oxigênio ou até se esgotar e chega a uma temperatura de mais de 800 graus, tem uso proibido contra concentrações de civis e é considerado uma arma incendiária. Ao entrar em contato com o oxigênio do ar cria uma grande fumaça facilmente reconhecível no luz do dia, o que tem permitido identificar através de vídeos sua utilização no Iraque e na Síria.
Al-Yafari responsabilizou os grupos armados e terroristas sobre a crítica situação que vive a cidade de Alepo, no norte do país. Apesar de um alto ao fogo, grupos takfiris (muçulmanos radicais), lançaram mais de 40 foguetes contra essa localidade, o que deixou dezenas de vítimas, assegurou o diplomata sírio.
Enfatizou ainda que seu país “continuará a luta contra o terrorismo” até libertar todo o território sírio da presença de grupos criminosos e da presença ilegal das tropas estrangeiras.
A Síria tem informado em reiteradas ocasiões o uso de munição com fósforo branco—proibido pelas Convenções de Genebra— nos ataques liderados pelos EUA, que desde 2014 realiza incursões aéreas na Síria sem a autorização de Damasco nem o aval do CSNU, e condenou esses ataques pelos danos que causam, em forma de vítimas civis e de destruição de infra-estruturas nacionais.
Reforçando a denúncia, o porta-voz oficial do Ministério de Defesa russo, general-maior Igor Konashenkov, revelou, na quarta-feira 31, a morte de mais de 120 civis no país em ataques aéreos que a coalizão chefiada por Washington realiza desde há um mês na beira oriental do rio Eufrates. “Esses ataques aéreos se realizam sem nenhuma seletividade, o que sem dúvidas conduz a grandes baixas civis”.
“Mais de 120 civis morreram em ataques aéreos da coalizão contra assentamentos no leste da Síria só durante do último mês. Sob o fogo da coalizão também caem com freqüência combatentes das Forças Democráticas Sírias (curdas)”, destacou o militar.