O presidente da Bolívia, Evo Morales, conclamou na sexta-feira a população a seguir mobilizada e ir às urnas em 20 de outubro para defender a democracia e a soberania nacional dos constantes ataques dos entreguistas.
Candidato à reeleição pelo Movimento ao Socialismo – Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP), Evo esteve no departamento de Beni para apresentar os candidatos à Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP). Destacando o compromisso e o histórico de luta de cada um dos militantes que apresentaram seus nomes ao parlamento, o líder boliviano alertou para as reiteradas provocações realizadas por setores da oposição.
Uma direita que, submissa aos Estados Unidos, às transnacionais e ao setor financeiro, convocou uma paralisação nacional para agosto a fim de pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a voltar atrás e não aceitar a candidatura de Evo. Setores oposicionistas que já, abertamente, tentaram dividir a Meia Lua (Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija) do país.
“Esperamos uma campanha limpa e democrática. Agora nos damos conta, frente a certas mensagens que algumas pessoas querem atentar contra a democracia e estão provocando a democracia. No entanto, pacificamente, vamos defendê-la”, declarou o presidente, destacando que este é o compromisso não só da ampla frente de organizações populares, como também de produtores rurais e empresários que acompanham os inumeráveis avanços e a eficiência de seu governo. “Os programas e políticas não vêm de fora da Bolívia, como anteriormente, agora somos os bolivianos quem estamos parindo o nosso programa”, enfatizou Evo, que tem como companheiro de chapa o vice-presidente Álvaro García Linera.
Recentemente Evo condenou a resolução do Senado dos EUA que “pretende violar a soberania da Bolívia e atenta contra o princípio de não ingerência e respeito à vontade democrática dos povos, consagrado na Carta da Organização das Nações Unidas (ONU)”. “O povo boliviano é livre e digno e rechaça toda forma de intermissão, podendo ensinar aos estadunidenses como tomar decisões com dignidade e soberania”, frisou.
Faltando três meses para as eleições, Evo lidera as pesquisas com 37% das intenções de voto, seguido pelo oposicionista Carlos Mesa (presidente de outubro de 2003 a março de 2005 e vice-presidente de Gonzalo Sánchez de Lozada, responsável pela “terapia do choque”, que levou o país a grandes conflagrações), com 26%.
Segundo a lei eleitoral boliviana, o candidato que receber 50% mais um dos votos válidos ou atingir mais de 40% dos votos válidos com vantagem superior a 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado será eleito presidente sem necessidade de segundo turno. Caso isso não ocorra, haverá segundo turno em 15 de dezembro.
L.W.S.