“Denuncio diante do mundo e do povo boliviano que um oficial de polícia anunciou publicamente que tem a instrução de executar uma ordem de prisão ilegal contra mim. Além disso, grupos violentos assaltaram meu domicílio. Os golpistas destruíram o estado de direito”, escreveu o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Para mais detalhes sobre o golpe de estado fascista e a renúncia do presidente na tentativa de pacificação do país leia matéria publicada este domingo no HP: https://horadopovo.com.br/golpe-de-estado-vencedor-da-eleicao-evo-renuncia-e-denuncia-violencia-dos-fascistas/
Antes da concretização do golpe, com os fascistas atacando residências de membros do governo e ameaçando seus familiares, Evo havia convocado novas eleições e os opositores a um diálogo.
VANDALISMO NO ATAQUE À RESIDÊNCIA DE EVO
Minutos depois de Evo Morales anunciar sua renúncia à presidência da Bolívia, grupos de opositores violentos invadiram sua residência em Cochabamba para saqueá-la e destruir objetos e pertences de sua propriedade.
Gabriela Montaño, que era a ministra de Saúde boliviana, através de sua conta de Twitter, também repudiou a irrupção no domicilio do presidente: “a oposição mandou saquear a casa de Evo. O que querem? Basta de violência”.
Dias atrás, Gabriela tinha sido vítima de vandalismo na sua casa, revelou o portal RT. A então ministra divulgou um vídeo em que mostrou os destroços na sua residência: “essa é a ‘não violência’ do senhor Carlos Mesa, do senhor Camacho, do senhor Albarracín. Isso é assédio, violência política”, acusou.
Neste domingo, em redes sociais circularam vídeos que mostram como um grupo de homens violentos tiram objetos da residência de Morales, entre eles um quadro, e os queimam em uma fogueira. A imprensa divulgou ainda imagens de quebradeira na casa do ex-ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.
Outros ministros haviam apresentado sua renúncia após serem coagidos por grupos truculentos. Foi o caso do titular de Mineração, César Navarro, depois que incendiaram sua casa na cidade andina de Potosí.
Ao seguir os passos de Evo Morales, o ex -vice-presidente Álvaro García Linera comunicou que se sente “muito orgulhoso de ter sido vice-presidente de um indígena, de um camponês” e que “sempre” lhe será “leal” e estará “a seu lado”.
PARTIDO DE EVO CHAMA À RESISTÊNCIA
O partido de Evo, Movimento Ao Socialismo lançou uma nota denunciando os golpistas e repetindo as palavras do presidente de que a luta por uma Bolívia soberana e desenvolvida continua:
MENSAGEM DO COMITÊ POLÍTICO A TODOS OS IRMÃOS DO MAS
Hoje, dia 10 de novembro, os humildes, os trabalhadores, os aymaras e quéchuas, começamos o longo caminho da resistência para defender as conquistas históricas do primeiro governo indígena que termina hoje com a renúncia forçada do nosso presidente Evo Morales, produto de um golpe.
Que fique diante da História nosso compromisso em defender:
A nacionalização/ A industrialização/ Nossas empresas públicas/ As políticas sociais e os Símbolos Pátrios.
Hoje a direita e os golpistas arrastaram a Wiphala [bandeira que representa a dignidade e o pensamento indígena boliviano], e com ela nossa dignidade de indígenas. Não nos ajoelharemos, defenderemos nossos símbolos que estão constitucionalizados.
Nos próximos dias haverá a caça aos nossos companheiros. E nossa responsabilidade é cuidarmos entre irmãos, recompor o tecido social, cuidar e proteger os dirigentes perseguidos. Hoje é o momento da solidariedade, amanhã será o momento da reorganização e o passo à frente nesta luta que não termina com estes acontecimentos tristes.
A palavra de ordem é RESISTIR PARA AMANHÃ VOLTAR A COMBATER. Nossa ação é defender as conquistas do maior governo que já teve a Bolívia em toda a sua história.
PÁTRIA OU MORTE!
O MAS é História, a direita é vergonha!