
Presidente da Caixa era o assediador sexual Pedro Guimarães, íntimo dos Bolsonaros
O ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Luis Gustavo Botto Maia, foi promovido em oito meses de trabalho na Caixa Econômica Federal e teve seu salário elevado em 367%.
Maia é investigado no caso da “rachadinha”, praticada por Flávio Bolsonaro quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, para pegar parte do salário dos assessores.
O ex-advogado de Flávio Bolsonaro começou a trabalhar em uma unidade da Caixa em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, em abril de 2021, recebendo R$ 3 mil.
Oito meses depois, em novembro do ano passado, Luis Gustavo Botto Maia foi transferido para a Diretoria Executiva de Marketing e Relacionamento Institucional, em Brasília, e passou a receber R$ 14 mil.
Isso aconteceu com Pedro Guimarães, então presidente da Caixa Econômica Federal. Guimarães pediu demissão depois de diversas denúncias de assédio sexual e moral dentro da empresa. Relatos mostram que ele levava para viagens e promovia, transferindo para Brasília, mulheres nas quais ele tinha interesse.
Luis Gustavo Maia atuou enquanto advogado de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.
Botto Maia foi investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) no caso das “rachadinhas”. Ele chegou a ser alvo de busca e apreensão na Operação Anjo, em junho de 2020, quando trabalhava no gabinete do deputado estadual Renato Zaca (PRTB), do Rio de Janeiro, que é apoiador de Bolsonaro.
Segundo o Ministério Público Federal, Maia assinou retroativamente registros de pontos de 2017 para tentar encobrir os indícios de crimes do patrão Flávio Bolsonaro.
“Botto Maia extrapolou todos os limites do exercício da advocacia e passou a atuar de forma criminosa, em cumplicidade com funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), para obstruir a atuação da Justiça mediante adulteração de provas relevantes à investigação da organização criminosa”, afirmou o MPF na denúncia.
O Ministério Público ainda afirma que Luis Gustavo Botto Maia ajudou o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, que era o articulador do esquema criminoso, a fugir para uma casa de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, em Atibaia.
Foi Botto Maia quem se reuniu com a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega, Raimunda Veras Magalhães, num esconderijo em Minas Gerais. Maia foi acompanhado da mulher de Queiroz, Márcia Oliveira.
O objetivo do encontro era levar uma proposta de Queiroz (leia-se proposta da família Bolsonaro) para seu filho Adriano.
Assim que começaram as investigações do escândalo da rachadinha, Fabrício Queiroz, ainda solto, afastou a mãe e a ex-mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, do gabinete. Elas estavam lotadas no gabinete de Flávio e repassava parte de seu salário para o deputado, através de Queiroz, e parte para seu filho, Adriano.
Queiroz orientou a mãe do miliciano Adriano Nóbrega a fugir para o interior de Minas Gerais. O objetivo era que ela se escondesse das investigações do MP-RJ.
Adriano morreu na Bahia antes de conhecer o conteúdo da proposta de Queiroz.
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