O ex-advogado de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro preso por corrupção, Rodrigo Roca Pires, assumiu a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no inquérito que investiga o esquema de rachadinha, operado por Fabrício Queiroz, no seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Roca assume no lugar de Frederick Wassef, dono da chácara onde Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio, estava escondido.
Ele defenderá Flávio junto com Luciana Pires, sua irmã por parte de pai. Rodrigo Roca foi advogado do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso e condenado a 267 anos por conta dos esquemas de corrupção que montou e chefiou no governo.
Em 2014, Rodrigo defendeu o general José Antônio Nogueira Belham, que comandou o Departamento de Operações de Informações (DOI) na época em que o ex-deputado Rubens Paiva foi torturado e assassinado, em 1971. Belham é acusado de homicídio e ocultação de cadáver.
A esposa de Belham, Maria de Fátima Campos Belham foi assessora de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Junto com sua meia irmã Luciana, Rodrigo também defendeu o general Nilton Cerqueira, um dos envolvidos no caso da explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, em 1981. A ditadura queria fazer uma operação de bandeira trocada para acusar os democratas de terem causado a explosão.
Frederick Wassef foi afastado do caso por uma determinação da família Bolsonaro depois que Fabrício Queiroz foi encontrado em sua chácara em Atibaia (SP).
Wassef sempre se gabava de ter intimidade com a família Bolsonaro e nunca foi desmentido por ninguém. Desde setembro do ano passado, Frederick Wassef já esteve ao menos 13 vezes com Jair Bolsonaro, sendo sete vezes no Palácio do Planalto e outras seis na residência oficial. A última ida ao Planalto ocorreu na quarta-feira, véspera da prisão de Queiroz, quando Wassef participou da posse de Fábio Faria como ministro das Comunicações. Nem todas as visitas a Bolsonaro constam da agenda oficial do presidente.
Em entrevista à CNN, Wassef disse que estão batendo nele para atingir Jair Bolsonaro. “Se bater no Fred, atinge o presidente, eu e o presidente viramos uma pessoa só, então todos estão empenhados em atingir minha vida, em destruir minha vida, minha imagem, minha reputação. Mas vão cair do cavalo, que eu nunca fiz nada de errado na vida. Tá claro isso?”, afirmou Wassef.
Bolsonaro já havia dito publicamente que Frederick Wassef era o seu advogado.
Mas após a prisão de Queiroz na casa do advogado, o Planalto quer distância dele, quer passar uma borracha no arquivo para apagar os rastros.
Queiroz foi quem fez, durante anos, o recolhimento de parte do salário dos assessores e repassava, através de depósito ou pagamento de contas, o dinheiro para Flávio. Em 2011, a esposa de Flávio, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, recebeu um depósito de R$ 25 mil.
Em outubro de 2018, o assessor de Flávio pagou duas mensalidades escolares, uma de R$ 3.382,27 e outra de R$ 3.560,28 das filhas do casal.
Os planos de saúde da família de Flávio eram pagos da mesma forma. Do total de R$ 117.373,43 pagos pelo casal foram debitados de suas contas apenas R$ 8.965,54. Os R$ 108.407,63 restantes foram pagos em espécie por Queiroz.
Relacionadas: