- Em suas alegações finais sobre o sítio de Atibaia, o ex-assessor de Lula, Rogério Aurélio Pimentel, voltou a confirmar que recebia envelopes com o dinheiro para a reforma, mas afirma ter sido mero “capataz”.
O documento entregue pela defesa de Rogério pede sua absolvição, argumentando que ele estava cumprindo a função para a qual foi designado e pela qual recebia seu salário. “O Réu não participou da ocultação de patrimônio ou valor algum, apenas foi-lhe determinado funcionar como ‘capataz’ na reforma do famigerado sítio, ou seja, ver o andamento da obra e informar à Primeira-dama”, afirmou.
Rogério Pimentel confirma a movimentação de dinheiro vivo da Odebrecht para pagar as obras do sítio, mas diz que não sabia que era ilícito. “Se o Réu não sabia sequer as quantias que continham nos envelopes, tampouco possa se esperar que soubesse de eventual origem ilícita dos valores”.
“Enquanto o Ministério Público acredita que o Réu [Rogério Aurélio Pimentel] tenha sido partícipe de um grande plano de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, sendo o responsável pela obra, na verdade este era apenas, e tão somente, o mensageiro das demandas”, diz a defesa de Rogério.
O prazo para que os acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) entregassem suas alegações finais, última palavra antes da sentença, encerrou-se na segunda-feira (7).
Terminada esta fase, a juíza Gabriela Hardt já pode dar sua sentença sobre o caso do sítio de Atibaia.
Rogério começou a trabalhar como segurança de Lula nas eleições de 1989, até que em 2003 foi nomeado assessor especial da Presidência da República. Neste período, sua tarefa principal era acompanhar e obedecer a primeira dama, Dona Marisa.
De acordo com ele, as informações que lhe foram passadas eram de que a reforma no sítio “iria abrigar o acervo privado do Presidente da República”.
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