Uma hora antes dos ataques, ele informou que estava tudo sob controle e que os fascistas eram cidadãos pacatos e tranquilos. A PM do DF só conseguiu agir efetivamente e prender os vândalos depois que ele foi afastado do comando
O depoimento, no último dia 12 de janeiro, do coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, preso depois de informar ao governador uma hora antes dos atos de vandalismo que estava tudo tranquilo e que os “manifestantes” eram “pacíficos”, apresenta uma série de incongruências e inverdades.
A primeira delas é a de que não tinha recebido ordens para impedir os terroristas de descerem a Esplanada dos Ministérios. O plano de segurança definido na sexta-feira (6), numa reunião com a presença de representantes do governo federal, definiu que não haveria acesso à Praça dos Três Poderes. Alertado pelo ministro da Justiça, na noite anterior ao atentado, sobre os riscos de uma mudança unilateral detectada no plano previamente acertado, o comandante teria tranquilizado o governador e justificado a mudança.
A segunda foi a repetição, no depoimento, da afirmação, de que “tudo apontava que não havia indicativo de violência”, o que não corresponde à verdade. O país inteiro sabia dos riscos de violência. Em dois ofícios, um da Polícia Federal e outro do Ministério da Justiça, as autoridades locais foram alertadas para o risco de violência nas manifestações. A inteligência da PF já tinha detectado, pelas convocações feitas pela internet, que o risco de depredações era muito alto. O terroristas falavam explicitamente em “tomada do poder”. O país já tinha assistido ao vandalismo do dia 12, na diplomação do presidente Lula.
A outra incongruência foi afirmar que não havia contingente suficiente de policiais legislativos no Congresso nem de militares para segurança do Planalto, que, segundo ele, deveria ter sido realizada pelo Exército. Todos esses efetivos são complementares à ação ostensiva da PM. Essa afirmação é uma clara tentativa de comprometer os outros órgãos pelos crimes que são seus. O comandante também não explicou porque não atendeu ao pedido oficial de reforço policial feito pelo Senado Federal, formalmente, no sábado (7).
A Constituição determina que a proteção dos poderes da República deve ser feita pela Segurança Pública do DF, ou seja, pelo policiamento ostensivo, que é executado pela Polícia Militar. Isso foi exatamente o que constava no plano que ficou acertado na reunião de sexta-feira (6), segundo informou o ministro Flávio Dino. A Polícia Militar entraria com os efetivos mais pesados e as demais forças seriam complementares, o que não ocorreu.
Quem permitiu, não só a entrada dos vândalos, como deu ordem para que os terroristas fossem escoltados até a Praça dos Três Poderes, informando ao governador – minutos antes da tragédia – que estava tudo sob controle, foi o comandante exonerado e, agora, preso.
É isso que ele tem que explicar. Dizer que não havia efetivos suficientes das forças federais e das polícias legislativas e do Judiciário, que ele sabia que seriam complementares, parece uma tentativa de ludibriar os investigadores.
Assim como parece incongruente também acusar o Exército de não ter permitido a prisão dos bolsonaristas acampados em frente ao QG do Comando Militar. Soa estranho para quem havia garantido o tempo todo ao governador que os “manifestantes” eram ordeiros e pacíficos.
Além do mais, a ação conjunta na manhã seguinte, ou seja, segunda-feira (9), da PM do DF – já sob novo comando – e do Exército, de desmonte do acampamento e prisão de 1.200 pessoas, não confirma a versão do comandante investigado. O fato de haver simpatizantes dos vândalos infiltrados nas tropas da diversas forças não é novidade para ninguém. O que se investiga, nesse caso, são as responsabilidades dos comandos.
Assim que o presidente Lula determinou a intervenção na Segurança Pública do DF, e o interventor assumiu as suas funções, rapidamente o efetivo completo da Polícia apareceu na Esplanada e os terroristas foram afastados dos prédios e começaram as prisões.
Esse fato revela claramente que o problema central estava no comando e não na tropa. As tropas, sob o comando federal, em pouquíssimo tempo, controlaram a situação, o que prova, como diz o ministro da Justiça, Flávio Dino, que era perfeitamente possível evitar o que ocorreu.
Por isso, as afirmações do investigado de que determinou a detenção de todos, que foi ferido em combate com os vândalos e que recuperou o crucifixo que havia sido extraído do STF não contribuem para sua defesa. As investigações apontam que houve um comando dado por ele para liberar a entrada dos terroristas na Praça dos Três Poderes, quando o acertado, na véspera, era exatamente o oposto: a PM, com efetivo reforçado, agiria para impedir tal acesso, com o apoio complementar das demais forças.
esse parasita dos cofres públicos(pm mais bem paga do Brasil) deveria ser demitido, e sentir na pele o que sentem os cidadãos que sobrevivem do salario mínimo.