O ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, criticou e xingou em mensagens o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, por não ter aderido ao plano de golpe para manter Bolsonaro no poder.
Braga Netto foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
Em mensagens obtidas pela PF na investigação sobre a tentativa de golpe, Walter Braga Netto compartilhou um texto, supostamente de um membro das Forças Especiais, falando que Freire Gomes era culpado pela não execução do golpe.
“Infelizmente tenho que dizer que a culpa do que está acontecendo e acontecerá é do gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, dizia.
O interlocutor, militar do Exército, Ailton Barros, sugeriu “continuar a pressão” e “oferecer a cabeça deles aos leões”.
Braga Netto concordou: “oferece a cabeça dele. Cagão”.
Para a Polícia Federal, as conversas “evidenciaram a participação e adesão do investigado Braga Netto na tentativa de golpe de Estado, com forte atuação inclusive nas providências voltadas à incitação contra os membros das Forças Armadas que não estavam coadunadas aos intentos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”.
Nas mensagens, Braga Netto também criticou outro militar, possivelmente o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército, por ter criticado o plano golpista, chamando de “intervenções ‘sem noção’”.As informações estão presentes na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando as operações de busca e apreensão da Polícia Federal contra os golpistas.