Ex-deputado Paulo Frateschi morre em São Paulo

Ex-deputado Paulo Frateschi - Foto: Reprodução

O ex-deputado estadual pelo PT Paulo Frateschi, morreu na manhã desta quinta-feira (6) após ser esfaqueado pelo filho, numa casa na Zona Oeste de São Paulo. Ele tinha 75 anos. A informação foi confirmada por meio de nota pelo Partido dos Trabalhadores.

Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas (HC), no Centro da capital, mas não resistiu aos ferimentos. O filho de Frateschi, Francisco, acabou detido pela Polícia Militar (PM). Ele foi levado para o 91º Distrito Policial, Ceasa, também na Zona Oeste.

Segundo os policiais militares, o agressor teve um surto e atacou o pai com uma faca. Ele ainda agrediu a mãe, que sobreviveu. Amigo pessoal do presidente Lula (PT), Frateschi foi figura ativa no partido.

Os PMs foram acionados para atender um caso de agressão numa residência na Rua Ponta Porã, no bairro da Lapa. Ao chegarem ao imóvel, os policiais informaram ter encontrado um homem em surto que havia atacado o próprio pai com golpes de faca, atingindo-o na cabeça e no braço.

A mãe do agressor tentou intervir, mas foi agredida pelo filho. Ela teve ferimentos leves. Não há confirmação se a mulher também foi esfaqueada. Frateschi foi socorrido por uma ambulância que o levou ao Pronto Socorro do HC, onde morreu.

Segundo a Polícia Militar, o homem acabou levado para a delegacia para que a Polícia Civil tome as “providências legais” pelo caso. Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “o local foi preservado para perícia”, que será feita pela Política Técnico-Científica.

Por meio de nota o Partido dos Trabalhadores confirmou a morte de Frateschi e lamentou a perda dele:Ӄ com profunda tristeza que comunicamos o falecimento do ex-presidente do PT Paulista e ex-deputado estadual Paulo Frateschi, companheiro e dedicado militante do nosso partido.

Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e pela busca de um país mais justo.Paulo Frateschi deixa um legado, marcado pela luta pela justiça e pela inclusão. Ele permanecerá vivo em nossos corações e nas ações que ele ajudou a inspirar.A ausência do nosso querido Frateschi deixa uma lacuna irreparável entre amigos, familiares, companheiras e companheiros de luta.Manifestamos à família, aos amigos e a todos que com ele caminharam, a nossa mais sincera solidariedade.”

FRATESCHI

Professor por formação, Frateschi foi preso e torturado na ditadura militar, em 1969. Foi vereador e deputado estadual em São Paulo, entre 1983 e 1987, presidiu o diretório paulista do partido e participou da organização das caravanas do presidente Lula, em uma série de viagens pelo País, em 2018.

Em uma entrevista, em 2022, ao podcast Casa Rosa, no Youtube, Frateschi contou que, após deixar a Secretaria Municipal de Relações Governamentais durante o governo de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo, em 2014, passou a atuar mais próximo a Lula.

“Eu fui secretário do Haddad. Depois disso, quando veio 14 (2014) terminou ali aquela fase. Eu fui trabalhar mais próximo ao Lula, preparando as caravanas. Eu fiz junto com ele no Instituto (Lula) aqueles apoios todos para manter viva a figura dele”, conta.Em 2010, ele ocupou um cargo na Executiva Nacional do partido, como Secretário de Organização, até 2014.

Quando Lula deixou a prisão, em 2019, o presidente chegou a passar alguns dias na casa de Frateschi em Paraty, no Rio de Janeiro. Em uma das viagens da caravana petista com o presidente, ex-deputado levou uma pedrada na orelha esquerda na ao tentar proteger o presidente em São Miguel do Oeste (SC).

Ex-parlamentar e um dos nomes responsáveis pela fundação e consolidação do PT, Frateschi foi secretário de Relações Governamentais na gestão da então prefeita Marta Suplicy, entre 2001 e 2004, e ocupou cargos de direção partidária no partido.O ex-deputado já perdeu dois filhos, que morreram em acidentes de carro. Um foi Pedro, morto em 2002, quando tinha 7 anos. Outro foi Júlio, de 16 anos, em 2003.

Pedro faleceu num acidente na Rodovia Carvalho Pinto, em Guararema, interior de São Paulo. No ano seguinte, Júlio morreu em outro acidente, na Rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

A morte de Frateschi repercutiu entre as pessoas que conviveram com ele e o admiravam. Veja abaixo o que disseram nas suas redes sociais:

“Recebi consternado a notícia da morte do meu amigo e companheiro Paulo Frateschi. Uma tristeza e uma dor imensa tomou conta do meu coração. Estou ainda em choque. Paulão você fará muita falta entre nós”, escreveu Luiz Marinho, ministro do trabalho do governo Lula, no X.

“Hoje nos despedimos do amigo Paulo Frateschi, companheiro querido, homem fraterno e referência de compromisso público e político no Brasil. Ex-presidente estadual do PT em São Paulo e dirigente histórico do partido, foi defensor incansável da democracia, com coragem e determinação”, postou Fernando Haddad, ministro da Fazenda do atual governo, no Instagram.

“Estou devastado pela notícia da tragédia que se abateu sobre meu amigo Paulo Frateschi”, publicou Emídio de Souza, deputado estadual pelo PT de São Paulo.

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