O candidato de Bolsonaro para a presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi acusado por sua ex-esposa de ameaças e violência doméstica.
Jullyene Cristine Santos Lins, casada com Arthur Lira por 10 anos, entre 1997 e 2007, pediu proteção à Justiça por conta das ameaças que sofreu do ex-marido.
“O medo a segue 24 horas por dia, pois sabe bem o que o querelado [Lira] é capaz de fazer por dinheiro”, diz um depoimento de Jullyene, documento anexo na ação que move contra o ex-marido por injúria e difamação.
Jullyene conta que Arthur Lira não insulta apenas ela, “mas também tenta diuturnamente promover o afastamento familiar dos filhos, principalmente o mais novo, com discursos de ódio e chantagens emocionais”.
Para ela, o objetivo do deputado é “continuar coagindo e assustando quem há 12 anos sofre com processos judiciais intermináveis, intervenção com busca e apreensão em casa pela Polícia Federal”.
Ela citou o “enquadramento do querelado na Lei Maria da Penha e necessidade de proteção urgente” para si e para seu atual companheiro.
As citações fazem parte de um documento anexo ao processo que Jullyene move contra Arthur Lira por injúria e difamação. Lira disse durante uma entrevista que sua ex-esposa “é uma vigarista profissional querendo extorquir dinheiro, inventando histórias”.
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, pediu que o caso fosse para a Vara de Violência Doméstica do Distrito Federal, o que foi aceito pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Lira apresentou um recurso, que deve ser julgado até fevereiro.
Em 2007, Jullyene entrou com uma outra ação contra Arthur Lira por tê-la ameaçado ao dizer que “os seus dias estavam contados” e que iria buscar o filho mais novo, mesmo sem permissão. A babá confirmou e o caso foi para o Tribunal de Justiça de Alagoas.
A Justiça proibiu Arthur Lira de ter contato pessoal, telefônico ou escrito com Jullyene, seus familiares e com as testemunhas do caso.
Em outro processo, Jullyene mostrou fotos das agressões que sofreu de Arthur Lira. O deputado, depois de descobrir que a ex-esposa já estava se relacionado com outro homem, foi até sua residência e a agrediu com tapas, chutes e pancadas. Jullyene relatou ter sido “arrastada pelos cabelos, tendo sido muito chutada no chão”.
Quando perguntava para o ex-marido o porquê daquilo, Arthur Lira a chamou de “rapariga e puta”. Ele a calou com as mãos e dizia que a mataria para ficar com os filhos.
Mais tarde, Jullyene e todas as testemunhas mudaram subitamente os relatos, passando a dizer que a história era mentirosa e tinha sido criada por “vingança”. Lira foi inocentado.